Vamos Problematizar? | A falta de protagonismo feminino no mundo dos animes

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Este texto foi originalmente publicado em 07 de junho de 2016.

A ausência do protagonismo feminino é algo que atinge não somente o universo dos animes, mas também dos filmes, séries e livros no geral. Para que vocês tenham uma ideia do quão evidente é a falta de representatividade das mulheres na indústria do entretenimento, basta que façam um rápido teste criado em 1985 pela cartunista Alison Bechdel (posteriormente conhecido como teste de Bechdel) que consiste na seguinte análise:

Quantas obras (animes/filmes/séries/livros) vocês conseguem citar dentro de 1 minuto que tenham

a) no mínimo duas mulheres com nomes;
b) as mulheres conversam uma com a outra;
c) sobre alguma coisa que não seja um homem.

É difícil, não? Principalmente se excluirmos as obras que obviamente têm o público feminino como alvo.

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64813Vejam bem, nós sabemos que assim como os filmes, as séries e os livros, os animes também têm suas demografias, ou seja, títulos que são direcionados a um público específico (shoujo para meninas adolescentes, shounen para meninos adolescentes, josei para mulheres adultas, seinen para homens adultos, são alguns exemplos). Mas no fim das contas, elas apenas servem para garantir que o material venda para aquele público específico. Da mesma forma que cores e brinquedos não têm gênero masculino/feminino (meninas podem gostar de azul e meninos podem gostar de rosa, assim como meninas podem gostar de carrinhos e meninos podem gostar de bonecas), os animes e mangás também não têm: uma menina pode gostar de shounen/seinen e um menino pode gostar de shoujo/josei. Portanto, o que queremos discutir aqui é a falta de representatividade feminina em todos os gêneros (ação, ficção científica, mistério, mecha, etc).

É muito comum encontrar o protagonismo feminino em animes shoujo, pois geralmente eles envolvem o padrão daquilo que é considerado “coisa de menina”. Por exemplo, se você for olhar os 10 títulos de animes shoujo mais populares do MyAnimeList, você vai encontrar:

Ouran Koukou Host Club
Kaichou wa Maid-sama!
Tonari no Kaibutsu-kun
Kimi ni Todoke
Vampire Knight
Fruits Basket
Lovely★Complex
Sukitte Ii na yo.
Ao Haru Ride
Vampire Knight Guilty

O que todos eles têm em comum? Romance. Mas não é só isso: geralmente estão inseridos num contexto escolar, slice of life, dentro da normalidade do dia a dia (com exceção de Vampire Knight). Agora, se formos olhar os 10 títulos de animes shounen mais populares, vamos encontrar:

Shingeki no Kyojin
Fullmetal Alchemist: Brotherhood
Naruto
Bleach
Mirai Nikki (TV)
Fullmetal Alchemist
Soul Eater
Fairy Tail
Ao no Exorcist
Naruto: Shippuuden

A variação de gêneros dentro dessa demografia é muito maior: encontramos ação, superpoderes, magia, mistério, fantasia, sobrenatural; lutas envolvendo titãs, demônios, ninjas… Tem tudo que é tipo de coisa.

comparaçãolinha

A partir dessa comparação, o que podemos assumir? Falando a grosso modo, é aquela visão perpetuada em nossa sociedade de que as meninas devem sonhar em encontrar o seu príncipe encantado, enquanto os meninos podem ser aquilo que quiserem (um ninja, um exorcista, um mago, o que for, nesse caso). Se levarmos em consideração o conservadorismo da sociedade japonesa, essa questão fica ainda mais evidente.

47347Não estou querendo dizer que não existam shoujos que abranjam outros gêneros ou shounens que não possuam um certo foco em romance, pois eles existem, mas não são tão comuns assim. Eu consigo pensar, por exemplo, em três shoujos que fujam do padrão escolar: Nana, Akatsuki no Yona e Akagami no Shirayuki-hime. Entretanto, eles não escapam do romance, embora eu considere as três obras até bastante representativas por possuírem protagonistas que buscam o amadurecimento e a independência, sem exercerem o típico papel da princesa que precisa ser eternamente salva pelo seu príncipe. Encontrar shounens com um certo foco em romance, por outro lado, já é mais difícil, mas acredito que daria pra citar três exemplos também: Shigatsu wa Kimi no Uso, Gekkan Shoujo Nozaki-kun e Bakuman. Nesses três casos, porém, não temos ação, ficção científica, mistério, robôs (as “coisas de menino”)… Diria que é um público mais meio a meio do que shounen realmente. Mas sim, eles existem, só que estão longe de ser uma parcela expressiva para dizermos que não falta o tipo de representatividade que estou me propondo a discutir.

Eu sei que em todos esses títulos citados é possível encontrar personagens que são meninas e personagens que são meninos. Contudo, observem os protagonistas. Por que no shoujo só temos protagonistas femininas e no shounen protagonistas masculinos? (Sim, tem uma briga por causa disso dentro do fandom de Fairy Tail, Lucy x Natsu, mas mesmo que consideremos Lucy a protagonista, ainda é só uma). Responderão que é por causa do público alvo das demografias. Certo, mas aqui eu me refiro aos gêneros que acompanham os shoujos e os shounens. Visualizem, nesse momento, como o senso comum do que seria o shoujo (coisas fofas) e do que seria o shounen (porradaria), por exemplo.

35749Se o foco de uma obra não for romance, é dificílimo encontrarmos uma protagonista feminina. De títulos que sejam minimamente famosos, eu só consigo pensar em dois: Chihayafuru (mas ainda é um josei!) e Psycho-Pass. É possível que haja outros papéis principais exercidos por mulheres, mas o central quase nunca pertence a uma. Por quê? Por que é tão difícil retratarem mulheres que estejam em uma posição de poder? E mesmo que elas estejam em um papel principal, ainda estão a serviço do protagonista. Por exemplo: Mikasa quer proteger o Eren. Riza vive em função do Roy. Yuno quer proteger o Yuki. Percebem? Por que tudo tem que girar em torno dos homens? Por que não podemos ter mulheres fortes, guerreiras, que não dependam ou vivam em função de homens como protagonistas?

Sempre que eu encontro uma personagem que possua as características que citei acima, ela é secundária. Eu poderia até abrir uma exceção pra Erza, mas todos sabem como o Mashima trabalha com ela quando o assunto diz respeito ao Jellal. Eu tenho a impressão de que ter uma mulher assim, numa posição de poder, sendo o foco de uma trama, é algo que incomoda. Parece que não querem aceitar mulheres empoderadas. Não querem ver mulheres como protagonistas de grandes histórias de ação, mistério, ficção científica. Nossa representatividade é praticamente inexistente nesses gêneros.

78438Além disso, mesmo quando o protagonismo tem tudo para ser de uma mulher, ele acaba sendo roubado. Por exemplo, quando você lê o título “Akame ga Kill!”, você pensa que a protagonista seria a Akame, né? Mas não: é o Tatsumi. Quando você vê pôsteres de Black Lagoon, você imagina que a protagonista seria a Revy, certo? Mas não: é o Rock.

Sem contar que muitas vezes personagens femininas maravilhosas são estragadas por causa de interesses românticos em personagens masculinos. Eu não superei até hoje o que fizeram com a Hakaze de Zetsuen no Tempest, por exemplo. Personagens femininas de harém também são um desperdício total muitas vezes, tipo a Sayaka de Strike the Blood. Era uma personagem bacana, mas o desenvolvimento foi jogado fora depois que ela se apaixonou pelo Kojou.

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50453E ainda tem os animes de esporte! Com exceção de Chihayafuru (e ainda é misto!) que já falei, quantos títulos famosos de animes de esporte com times femininos vocês conhecem? Por que existe essa noção de que times masculinos são mais interessantes do que times femininos? Por que essa ideia de que homens jogam melhor? Por que uma trama com times masculinos seria mais interessante e mais emocionante do que uma com times femininos? Por que sempre homens?

O preconceito, sobretudo com o futebol feminino, ainda é gigantesco. É tanto que não existe o menor esforço e investimento aqui no Brasil, por exemplo. Ano passado tivemos a Copa do Mundo de Futebol Feminino. Quantos de vocês acompanharam? Quantos de vocês não foram estudar/trabalhar no dia que teve jogo do Brasil? Quantos de vocês sequer sabiam que aconteceu?

Percebam, a desvalorização é enorme. Quando a EA Sports anunciou que haveria seleções femininas no novo FIFA, há um ano, houve uma chuva de comentários machistas, dizendo que “futebol era coisa de homem” e que não tinha nada que ter seleções femininas no jogo. Abaixo vocês podem conferir alguns comentários que encontrei agora numa pesquisa rápida pelas notícias que saíram na época (clique para ampliar):

Porque, obviamente, quando se trata da inclusão feminina em qualquer tipo de ambiente ou de conceder direitos às mulheres, sempre há “coisas mais importantes para se fazer/discutir/preocupar”. Porque, é claro, mulheres são burras e não entendem de futebol (vide a “incapacidade” de entender a regra do impedimento). Desvalorização do futebol feminino? Check.

76014Tudo isso reflete nos animes também. Kuroko no Basket, Haikyuu!!, Diamond no Ace, Free!, Yowamushi Pedal… As meninas sempre recebem um único papel: manager. Sim, Kuroko no Basket tinha a Alex e a Masako. Haikyuu!! tinha o time das meninas. Mas qual o tamanho da relevância dessas personagens quando comparadas a toda a história?

Ademais, estamos cientes de que há alguns animes de esporte com times femininos que foram produzidos, mas a quantidade de títulos é escassa e muitas vezes eles são difíceis de encontrar. Eles também não chegam nem perto da qualidade dos títulos mais populares (todos com times masculinos) e, enquanto você pode encontrar títulos com times masculinos de diversos esportes, com times femininos a variedade é minúscula.

Honestamente, como mulher, me sinto decepcionada e muito mal representada (ainda mais na questão dos esportes, tendo em vista que já pratiquei handebol na época de escola e também já fui acompanhante assídua de futebol por alguns anos, enquanto tinha tempo de sobra). Para quem é homem, essa discussão pode até parecer uma besteira, afinal de contas, vocês são representados em absolutamente todos os lugares, em todas as mídias, podendo ser qualquer coisa. Nós não.

Com tudo isso eu não estou querendo dizer que as obras que têm protagonistas masculinos são ruins. Muito pelo contrário, eles são os protagonistas dos meus animes preferidos (com exceção de Psycho-Pass), inclusive até já recomendei Haikyuu!! aqui. A questão é que essas obras poderiam ser igualmente boas com protagonistas femininas, considerando que o que diz se uma obra é boa ou não, é todo o conjunto que a forma. Haveria uma única diferença: nesse caso, estariam contribuindo com a representatividade das mulheres, que é um fator muito importante.

questão culturallinha

27600Eu também sei que existe uma questão cultural envolvida. No Japão, é difícil até para as mulheres conseguirem publicar mangás que fujam das demografias que esperam que elas publiquem (vide Hiromu Arakawa, criadora de um dos melhores mangás shounen de todos os tempos, Fullmetal Alchemist, que teve que modificar o seu nome para colocá-lo em suas publicações). Sabem por que a Arakawa fez isso? Porque muita gente deixaria de ler o mangá dela se soubessem que era feito por uma mulher. Parece familiar? Pois é, J. K. Rowling, autora da saga mundialmente reconhecida de Harry Potter, teve que abreviar o seu nome pelo mesmo motivo.

Existe uma espécie de consenso entre os fãs de anime que Fullmetal Alchemist é o melhor shounen de todos. Fullmetal Alchemist: Brotherhood (a adaptação em anime mais fiel ao mangá) estreou em 2009 e acabou de ser televisionada na metade de 2010, e até pouquíssimo tempo atrás (cerca de um ou dois meses) estava em primeiro lugar na lista geral de melhores animes do MyAnimeList, com mais de 670 mil membros. Ele só cedeu o lugar para Gintama que, por sua vez, ainda está no ar e só possui cerca de 87 mil membros. Vocês conseguem imaginar que teria gente que deixaria de ler/assistir essa obra tão incrível que é Fullmetal Alchemist simplesmente pelo fato da criadora dela ser uma mulher? E que a mesma coisa aconteceria com fucking Harry Potter?

Na minha opinião, o melhor shounen realmente é FMA, que logo depois é seguido por Magi: The Labyrinth of Magic de Ohtaka Shinobu, meu mangá preferido. Eu fico feliz que os dois melhores shounens para mim sejam criados por mulheres (e eu nem sabia disso na época que comecei nenhum dos dois), mas eles são exceções, e infelizmente não fogem dos problemas que discuti acima (ausência de protagonismo feminino, personagens femininas que vivem em função de um homem, etc). O machismo, sobretudo no Japão, ainda é muito forte. Mesmo que Arakawa ou Ohtaka desejassem fazer histórias com protagonistas femininas, elas não venderiam ou seriam reconhecidas tão bem quanto foram, portanto essa limitação ainda existe e não muda pelo fato de elas serem mulheres.

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Se formos observar os sucessos de cinema mais recentes, até que o Ocidente tem progredido mais rápido no que diz respeito ao protagonismo feminino (Hunger Games, Star Wars), mas obviamente nem todo mundo recepcionou isso de uma boa forma (comentários de machistas são o que não falta), e ainda é pouco, muito pouco. Vamos continuar exigindo que abram espaço para as mulheres, para que possamos trabalhar com o que quisermos (seja como mangaká ou como diretora de cinema), para que encontremos a nossa representatividade no material de entretenimento que consumimos.

Chamem-nos de feministas chatas, de feminazis, do que quiserem. Não vamos mais nos contentar com conteúdos que tratem apenas de romance como se isso fosse tudo para uma mulher, não vamos permitir que a retratação dos nossos corpos seja apenas uma ferramenta para vender mais, não vamos nos contentar em sermos representadas somente como personagens secundárias ou que vivam pelo interesse em um homem ou por um homem. Nós vamos lutar, nós vamos incomodar, nós vamos conquistar.

Eu quero mulheres fortes, independentes, guerreiras. Magas, ninjas, exorcistas, pilotas de mechas. Espiãs, agentes secretas, generais das forças armadas. Quero ver médicas, advogadas, empresárias, CEOs, presidentes, primeiras-ministras. Quero ver a valorização das mulheres no esporte. Quero ver as mulheres recebendo o respeito e a atenção que merecem.

Não vamos parar.

REFERÊNCIAS

KATREQUE. Demografia e gênero – Qual a diferença?. Amefuri. Disponível em: <http://www.amefuriblog.com.br/?p=6&gt; Acesso em: 06 jun. 2016.

LOBO, Felipe. Seleções femininas e times do Brasileirão são incluídos no Fifa 16. Trivela. Disponível em: <http://trivela.uol.com.br/a-unica-noticia-positiva-da-fifa-vem-do-videogame-selecoes-femininas-estao-incluidas-no-fifa-16/&gt; Acesso em: 06 jun. 2016.

O TESTE de Bechdel. Uma feminista cansada. Disponível em: <http://www.feministacansada.com/post/27067714292&gt; Acesso em: 06 jun. 2016

10 comentários em “Vamos Problematizar? | A falta de protagonismo feminino no mundo dos animes

  1. texto foda demais, ja tem um tempo que ando pensando nas personagens femininas em animes e percebendo o quanto são subestimadas, mas sei la era uma coisa tão ~natural~ que eu nunca me aprofundei pensando nisso. Até q voltei a ver animes recentemente e isso veio como um tapa na cara, nos meus animes preferidos como naruto ou death note a mulher nunca tem um desenvolvimento sem romance ou nunca é mais forte que o homem pra ta merecendo alguma importancia, sinceramente obg por escrever isso me sinto muito melhor por não ser a unica pensando nisso, tipo ~ ahh mas só pq ela é a garota ela tem q ser assim ?~ ou tipo ~se ela tem poder pq só pode usar pra aguentar até chegar um homem p proteger ela ~
    Bom só precisava botar pra fora isso, obgggg

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  2. Realmente, recentemente eu sinto que todas as mulheres nos animes vivem em função de homens. Tem vários exemplos, ou não tem ou são colocadas como personagens secundárias ou existem pra fazer o protagonista brilhar. Agora nem nos animes de romance somos mais protagonistas. Procure as temporadas recentes (inverno,primavera,verão) até o protagonismo é masculino. E se por um milagre não é com muitas garotas em um harem GIGANTESCO, é sempre uma quase comédia com uma garota de seios extremamente fartos que só tem olhos para o garoto ou uma extremamente bobinha. Realmente não aguento mais ler as mesmas sinopses “O enredo gira em torno de um garoto que…”.
    Um anime bom que conheço com bastante protagonismo feminino é Death Parade, mas nem é bem protagonismo. E mesmo boa parte do anime ter foco nela, a sinopse diz “a história gira em torno de um barman…”.
    Eu amo todos os tipos de anime e os com protagonismo masculino são muito bons. O que me revolta é que é sempre a mesma coisa, garotas vivem SEMPRE em função dos homens e perdem qualquer tipo de foco.

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  3. Concordo,mesmo tendo protagonista feministas a maioria dos mangá trata mais de romance e olha que sou viciada nisso,já cansei de ver shoujo normais sem aventura ,magia,ficção científica ,quando descobri que a Lucy é protagonista levei um susto por que não parece

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  4. obrigada por isso!! depois de tanto pesquisar e só achar conteúdos merdas de homens falando muito superficialmente sobre essa problemática, finalmente achei algo bom! obg msm tava precisando desse alivio

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  5. Cara, antes de tudo, eu amo tudo que você escreve. Eu acho que podemos incluir Ghost in the Shell como um shounen apreciado com protagonismo feminino, que até foi adaptado para um filme com a Scarlett Johansson. Não assisti o anime, no entanto, só o filme. Então não sei se existe uma diferença de representação. Eu fico EXTREMAMENTE triste quando assisto um anime e me deparo com tamanha cara de pau, porque aqui no ocidente é muito comum, mas não é bem aceito. Lá é muito normalizado. Eu gosto muito da Haruhi de Ouran HSHC e é uma pena que a autora não tenha mostrado muito do que a Haruhi representa pra nós sendo uma garota que fala por si no mangá. Até as meninas da Lobelia, que seriam um reflexo do feminismo, foram mostradas como as conhecidas “feminazi”, desprezando os garotos do Ouran e enaltecendo o sexo feminino. Ela podia ter feito aquilo diferente, sabe? Feminismo é igualdade entre os gêneros, diferente de femismo.
    Sword Art Online foi minha decepção, e muitos concordam que somente a primeira temporada presta. Alicization mudou o aspecto as coisas ao ausentar o protagonista e dar espaço às mulheres, mas o harém estúpido ainda estava lá. Eu assisto por amar a história e os protagonistas, mas a irmã dele, as outras menininhas apaixonadas e a briga entre ela pra ver quem ficaria com o Kirito me fazem querer vomitar. Aquele diretor escroto que gostava de dar foco na bunda das personagens me dava ânsia, a inutilidade que as meninas de SAO são tratadas me deixam com o sangue fervendo de ódio e o pior de tudo: o pai da Asuna. Aquele homem eu não engulo e a Asuna ainda falou dele no fim da temporada como se ele não tivesse feito nada. ELE IA CASAR ELA EM COMA COM UM HOMEM QUE ELA, CLARAMENTE, DETESTAVA! O “noivo” dela ia ter a Asuna como um objeto, um troféu, e ainda teve a cara de pau de falar na frente do pai dela que queria casar logo com ela enquanto ela ainda era bonita.

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  6. Esqueci de falar no meu comentário anterior sobre Sailor Moon. É um caso controverso, na minha opinião, porque tem um protagonismo completamente feminino e ação, lutas, magia, guerreiras e etc, mas ao mesmo tempo a protagonista fica babando por um cara vir ajudar ela o tempo todo e as cenas de ação não são nem um pouco comparáveis com as de um anime como Naruto, Dragon Ball e etc. Eu gosto de acreditar que seja por ser um anime infantil, mas se for isso ainda é controverso, porque um anime infantil englobar uma garota de 14 anos namorar um moleque de 19 e ficar de jejum pra não ficar gorda é bem esquisito. Culpo a época, 1991.

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  7. Olá eu gostei muito de tudo que disse concordo com tudo tomare que futuramente esse preconceito acabe de uma vez por todas!E que nós possamos criar nossos shounens, filmes e séries do jeito que queremos, sem comentários machistas e ofensivos para nós, e que nossas obras sejam conhecidas mundialmente por qualquer pessoa.

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  8. Olá, tudo bem? Eu adorei muito ler isto, todos os assuntos que você abordou neste blog são de fato muito relevantes. Li cada palavra com muito prazer e tive uma ótima noção de que isso é um problema enorme, assim como a sexualização da mulher nos animes, que me incomoda de mais. Também gostaria de dizer que sou totalmente a favor de tudo que você disse, todos os assuntos, animes usados como exemplos e as suas opiniões foram espetaculares, gostei mesmo de ler o que você tinha para dizer. Eu já li outros blogs que você já escreveu e adorei todos eles, a sua opinião é muito bem construída e melhor que a de muita gente por aí, continue assim pois seu conteúdo consegue surpreender qualquer um. Muitos animes bons por aí tem personagens femininas que possuem um mal desenvolvimento, e quando não é isso ela é sexualizada, o que estraga totalmente a obra e muitos animes bons foram estragados por esse motivo. É impressionante ver a quantidade de animes que apresentam esses graves defeitos, este tipo de coisa deve, é uma coisa totalmente desnecessária, forçada e ainda tem pessoas que gostam deste tipo de conteúdo.

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