Vamos problematizar? | Os espinhos do fandom de BL

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Esse texto foi originalmente postado em 15 de julho de 2017

Não é novidade que muitos fãs homens de anime e mangá declaram as fãs de Yaoi/BL como as destruidoras da indústria como conhecemos. Sabemos também que isso é um monte de besteira sem fundamento. Mas essas ameaçadoras meninas que gostam de ver garotos namorando não são santas e andar entre elas pode ser espinhoso. Vamos conversar sobre o comportamento tóxico desse fandom?

Boys Love (BL), também conhecido como Yaoi no Japão, se trata de um gênero narrativo com relacionamentos entre dois homens. É comum utilizar o termo para definir produções asiáticas como mangás, manhwasmanhuas, animes, doramas, entre outras. Popular tanto no Oriente como no Ocidente, o BL arrasta multidões – as fãs costumam mostrar sua força em números de vendas (quadrinhos, Blu-Rays e outros produtos), tanto que chegam a possuir plataformas especializadas em BL, como a coreana Lezhin Comics, que tem uma seção do site inteiramente dedicada ao gênero (coisa que nenhum outro tem), e cuja obra mais vendida no momento é Killing Stalking.

Killing Stalking

Por se tratar de um fandom tão grande e antigo, os discursos problemáticos não são poucos ou desconhecidos pelo próprio público. De fato, há muitas coisas ruins (relacionamentos abusivos, romantização de estupro, pedofilia, entre outras questões) e que não são discutidas com frequência. Em contrapartida, com a nova onda do feminismo, graças às redes sociais, uma parte das fãs já se mostra um pouco mais consciente em relação a esses problemas. Embora essa mudança de pensamento seja recente, a disposição de parte do fandom é um passo positivo. Por outro lado, nem tudo são flores, e é por esta razão que vim até aqui redigir este texto.

Existe um assunto que pouco se debate no fandom de BL, mas que está presente em absolutamente todos os fandoms grandes (principalmente de animes de esporte como Free!Kuroko no Basket, Yuri!!! on Ice, entre outros): a misoginia. Por definição, misoginia se trata do ódio ou aversão às mulheres, e é curioso que algo desse tipo seja tão recorrente em um fandom formado majoritariamente por mulheres. Portanto, o objetivo desta postagem é mostrar de que forma a misoginia se manifesta no fandom de BL e o que podemos fazer para acabar com isso.

Fetichização da homossexualidade e lesbofobia

Neste primeiro tópico, vamos discutir sobre duas questões que não estão intrinsecamente ligadas, mas que costumam aparecer juntas: a fetichização da homossexualidade e a lesbofobia. Historicamente, sabemos que o BL surgiu no caldeirão de experimentações dentro do shoujo mangá na década de 70. O BL é, na maioria esmagadora das vezes, produzido por mulheres para o entretenimento de outras mulheres. Uma justificativa comum para o surgimento do gênero é que um relacionamento entre dois homens seria visto como “ideal” e não preso pelos grilhões do gênero impostos pela sociedade, ao contrário de um relacionamento heterossexual.

Em outras palavras, mulheres heterossexuais criam histórias para satisfazer os fetiches de outras mulheres heterossexuais, não dando importância ao modo com o qual os homossexuais serão representados. Percebe-se o desconhecimento da realidade (e muitas vezes do próprio corpo masculino) sobretudo através da heteronormatividade imposta sobre as relações criadas, em que geralmente há um macho alfa (seme) e um afeminado (uke), ou seja, quem seria o “homem” e a “mulher” da relação. Muitas dessas histórias são regadas de estereótipos e frequentemente dão brecha para discursos cabulosos, que romantizam abuso e estupro. Não é incomum ouvir garotas comentaram como “tal uke é tão estuprável” e coisas do gênero, por exemplo.

O próprio nome voltado para as fãs do gênero – fujoshi – parece refletir a atitude negativa. A palavra vem de um trocadilho com o termo “mulher culta”, que também é lido da mesma forma, mas que na verdade pode significar “mulher podre”.

O sucesso de obras problemáticas como Junjou Romantica (que chegou a receber três temporadas) mostra que o público majoritário não parece estar preocupado com o conteúdo que tais obras oferecem – não interessa se há uma péssima representação de homens gays ou romantização de abuso ou estupro -, pois desde que seja possível ver dois homens se pegando, está tudo bem. A fetichização da homossexualidade vende e é por isso que obras desse tipo continuam a ser produzidas.

Aliás, a indústria de animes BL parece gostar de bater na mesma tecla. Enquanto os animes voltados para fujoshis multiplicaram nos últimos anos, as animações adaptadas de obras BL seguem o mesmo estilo e fórmulas há quase dez anos (com exceção do formidável Doukyuusei). Hitorijime My Hero, que está saindo agora em 2017 no Japão, não aparenta estar muito longe de um anime de 2008. Não é de espantar que, nesse contexto, Yuri!!! On Ice queira fugir da classificação “BL“.

E onde fica a lesbofobia nessa história?

Bem, acredito que eu não precise apontar o óbvio, mas mulheres heterossexuais não estão interessadas em ver duas garotas juntas. A lesbofobia começa quando não se repreende discursos como “ver dois caras juntos é maravilhoso, mas duas garotas é nojento” ou “sexo lésbico não tem graça; parece que está sempre faltando alguma coisa” (falocentrismo), entre outros. Esse tipo de discurso é mais comum do que eu gostaria de imaginar, e ele possui uma implicação muito séria: só porque uma pessoa gosta de BL não significa que ela apoie a comunidade LGBT, assim como caras que assistem pornô lésbico e rejeitam gays também não. Trata-se de fetichismo, apenas.

A triste ironia é que dentro do público fã de BL, existem pessoas de todos os gêneros e sexualidades. Muitas pessoas tomaram a experimentação proposta pelo BL e o Yuri nos anos 70 como objetivo para si e precisam conviver no mesmo ambiente onde essas ideias são rejeitadas ou transformadas em fetiche.

Uma imagem vale mais do que mil palavras, certo?
Leituras complementares:

Ódio irracional a personagens femininas

Esse problema costuma ser mais recorrente em obras que não são classificadas como BL, mas que possuem uma parcela significativa de personagens masculinos, como animes de esporte e adaptações de otome games. Para uma personagem feminina ser odiada não precisa fazer muito, basta respirar ao lado de dois personagens masculinos que as fujoshis consideram como um casal (ship).

Lembra quando mencionei que um casal entre dois homens é visto como “ideal” pelas fãs? Então, uma interpretação delas é que seria impossível retratar um relacionamento com uma personagem feminina sem se remeter a todas as regras impostas pelo seu gênero. Como escrever um romance com uma mulher sem ser assombrada pelo fantasma de “casamento e filhos”? É muito melhor se livrar delas e ficar somente com os homens. O ódio às personagens femininas pelas fãs de BL acaba sendo um ódio a tudo que elas lembram – que no fim elas vão casar com os protagonistas e serão condenadas a uma vida sem graça como donas de casa –, um ódio a própria condição feminina.

Não que isso justifique esse comportamento.

Chamo isso de “ódio irracional” para dar ênfase ao fato de que normalmente os casais nem são canonizados e, mesmo que fossem, todos deveriam ter o direito de shippar (torcer para que personagens x e y fiquem juntos) quem quisessem e de serem respeitados por isso. Você pode torcer para que fulano e ciclano fiquem juntos, mas para isso não precisa xingar a personagem feminina mais próxima deles de puta, vagabunda, piranha e afins.

Como alguém poderia odiar essa preciosidade?

Notavelmente, o fandom de Free! é o mais misógino que eu tive o desprazer de “participar” (na verdade só ficava lendo discussões) nesse sentido. A Gou é odiada por qualquer interação que tenha com os rapazes porque “ela atrapalha os ships“. Falar que você shippa a Gou com qualquer um dos personagens principais é pedir para dar início a uma ship war. As pessoas não respeitam nem umas as outras, imaginem as personagens femininas. Vemos o mesmo fenômeno acontecer em Kuroko no Basket (Kuroko/Momoi, Kuroko/Kagami, por exemplo) e até mesmo em Yuri!!! on Ice (no início, quando havia a possibilidade do Yuri gostar de uma garota).

Clássico. Clique na imagem para ampliá-la.

Outro tipo de ódio com personagens femininas é o que ocorre com a Haruka de Uta no Prince-sama, por exemplo. Embora eu particularmente não seja fã da personagem, é bizarra a forma com a qual ela é desprezada pelo fandom por ser “inútil”. Quantas vezes vocês já ouviram falar que tal personagem feminina é inútil? O mais bizarro é que protagonistas de otome games costumam ser uma representante para a audiência se projetar nelas. Esse desprezo diz muito. Eu consigo pensar em vários exemplos, inclusive fora do BL. Em suma, é isso: ou a personagem é odiada por ~atrapalhar o ship~ ou ela é taxada como “inútil” e “descartável”.

Silenciamento de homens gays

(Esse tópico não tem a ver com misoginia, mas por estar diretamente ligado à representatividade da comunidade LGBT, decidi acrescentá-lo à discussão).

Ainda que, no início, o BL pudesse ser uma forma das mangakás mulheres se expressarem, o gênero passou por mudanças ao longo dos anos. Hoje em dia já se encontram histórias em que as autoras procuram fazer uma boa representação de relacionamentos homoafetivos. Também há o Gay Manga, conhecido erroneamente como bara, criado por homens gays. Entretanto, conforme discutimos antes, o gênero ainda apresenta muitos problemas e nós não somos as únicas a apontá-los.

Frequentemente vejo homens gays que gostariam de se ver representados no conteúdo que consomem (pois representatividade importa) reclamarem de determinados estereótipos e retratações nocivas que as autoras insistem em utilizar (ou até mesmo de se sentirem desconfortáveis no fandom por motivos já citados aqui), serem silenciados ao tentar levantar um debate sobre essas questões. Esses homens são atacados pelas fujoshis e o discurso é sempre o mesmo: “se não tá gostando, cai fora“. Talvez seja por isso que criaram o Gay Manga? Bem, não sei, mas abaixo segue uma ilustração do que me refiro:

Clique na imagem para ampliá-la

O que podemos fazer para tornar o fandom um lugar melhor?

Primeiramente, quero deixar claro que o meu objetivo com esta postagem não é promover uma caça às bruxas. Não adianta nada sairmos por aí apontando dedo para todos os lados sempre que virmos um comentário problemático porque isso não vai resolver o problema estrutural do fandom. Não estou preocupada em “lacrar”, mas sim em desconstruir.
O fato é que vivemos em uma sociedade extremamente machista e LGBTfóbica e, por essa razão, estamos fadados a reproduzir preconceitos. A única forma de superarmos tais condições é através de boas leituras, discussões e críticas construtivas. Portanto, para tornar o fandom de BL um lugar melhor, sugiro as seguintes alternativas:
1) Quando se deparar com um discurso problemático, procure conversar com a pessoa;
Não ataque. Procure ter uma conversa sincera com ela e explique por que tal atitude ou comportamento é tóxico para outras pessoas. Se não tiver tempo para fazer isso, indique leituras ou obras que possam ser úteis para o entendimento da pessoa. Eu sei que haverá aqueles com quem não valerá a pena conversar, então só nos resta ignorá-los. Entretanto, ao atacar qualquer pessoa que reproduza um discurso problemático, contribui-se para a criação de “inimigos” e não “aliados” à causa que defendemos.
2) Procure valorizar as personagens femininas das obras que você gosta;
Mulheres já costumam ser mal representadas de modo geral nos animes e mangás. Por que desvalorizar ainda mais as personagens femininas que temos (e ainda por causa de um ódio irracional)? Faça fanartsfanfics, imagine como é o ponto de vista delas, desperte discussões, lembre que elas existem.
3) Respeite o lugar de fala.
Quando um homem gay decidir falar sobre a representatividade de homens gays nos animes e mangás, ouça o que ele tem a dizer. Aprendemos muito a partir do compartilhamento de vivências e experiências.
Todos concordamos que o amor é lindo, então que tal transformarmos o fandom em um lugar apropriado para recebê-lo?
Agradeço à @dopocoke pela revisão e conselhos.

14 comentários em “Vamos problematizar? | Os espinhos do fandom de BL

  1. Certíssima!
    Deus, isso foi tão instrutivo. Bastante eficiente. Me fez abrir os olhos e rever meu comportamento em relação ao assunto pautado. Muito obrigado!
    Com sorte e muito esforço, talvez conseguiremos mudar essa linha de pensamento e de ação por parte do fandom!
    Torço para que uma realidade melhor se concretize logo, logo.
    Conscientização é tudo!

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  2. Olha como fujoshi eu vou admitir que existe uma extensa comunidade tóxica no meio, porém eu não pude deixar de notar que a maior parte das informações sobre a comunidade que curte BL foram de forma generalizada, quando na verdade existe diversos ramos diferentes dentro desse meio. Por exemplo eu, eu gosto de Yaoi mais pela parte de que acho fofo, e não sou muito consumidora de mangas e animes yaoi’s (com algumas raras exceções), sou mais voltada para a ramificação das fanfics e shipps, e mesmo quando tem cenas mais voltadas a sexo (pq sim, isso agrada uma grande comunidade fujoshi) eu acabo pulando, por que tô mais concentrada na história e no desenvolvimento do casal no meio.
    E sobre lesbofobia, eu realmente fiquei surpresa que existe isso ao seu ver na comunidade fujoshi, já que a maioria das fujoshi’s de hoje em dia também curtem Yuri (eu por exemplo amoooo) e se entrar em uma rede de fanfics (como Spirit e watpad) vera que 80% (ou mais) das fanfics que contém o gênero Yaoi possuem junto Yuri ou visse versa, por que dentro de animes (fora os de esportes que tem em sua grande maioria personagens masculinos) existem possibilidades para diversos shipps surgirem. As fanfics que mais fazem sucesso são justamente as que enquadram os personagens em um contexto mais realístico tendo sentimentos e motivos para se apaixonarem, e coisas como pedofilia, zoofilia e romantização do estrupo são proibidos e as fics podem até ser deletadas se um administrador do site acabar vendo.
    Olha não vou defender a comunidade fujoshi como um todo por que eu sei que mesmo entre a comunidade que eu pertenço existem pessoas que retratam a relação homoafetiva de maneira irreal e tóxica, porém como uma boa matéria tem que ver os dois lados, estou mostrando um pouco mais o lado que eu conheço, por estar incluída no meio, não e minha intenção biscoitar, nem defender as fujoshi’s que existem desse jeito como você citou, apenas venho aqui como forma de mostrar que mesmo gostando de BL você necessariamente não precisa estar incluída nesse modelo tóxico, e um tema extenso e que enquadram diferentes subdivisões de fujoshi’s, (as que gostam de hard, as que só lêem fanfics, as das comics, as que gostam de ver fanart na internet, as dos mangas BL, as dos animes BL, as que só shippam os personagens e não estão inseridas em qualquer grupo, e aquelas que procuro nem saber sobre por que curtem uns negócios bem estranhos como você citou), espero ter ajudado a trazer um diferente ponto de vista, a comunidade fujoshi já sofre um grande preconceito por pessoas que acham que todas são iguais, então acho legal se informar para saber que nem todas são assim.

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    1. Eu nem sei fandom ou comunidade você esteve acessando, mas, ela deve ser pequena e você deve estar nas camadas superficiais da coisa pra falar que a maioria foge do que o post diz. Ou realmente você é uma fujo MUITO seletiva quanto aos grupos que quer participar.

      Eu fui (e ainda sou, de certa forma) fujoushi por pouco menos de 10 anos. Tenho 25 anos e consumo yaoi desde meus 16. Nada nesse post é mentira, pelo contrário, eu diria que é até um pouco mais. Reclamam tanto do machismo das fanbases dominadas por homens, ignorando o quão tóxicas, misóginas e objetificadoras são as fanbases dominadas por mulheres. Yaoi, exceto pelo subgênero Bara, não é para homens gays, mas para e por mulheres… Não seria um problema se não soasse exatamente como a cultura geek dominada por homens nerds sexistas; tudo ali é feito para um público alvo, quase que indiferente ao grupo explorado. O pior de tudo é ainda ler de algumas fujos que “sou a favor dos direitos LGBTI+”, mas consumir ou produzir conteúdo que romantiza estupro, assédio (mesmo aquele “de leve”) de variadas formas, papéis de gênero (aquilo do passivo ser quase sempre mais efeminado e sentimental que seu ativo, quase sempre mais masculino e ainda por cima malzão, durão). Ou você nunca leu o famigerado Junjou Romantica, Yatamomo, Loveless, Gravitation e semelhantes? Nunca deu uma sacada no Dramatical Murder, seguindo a rota do Mink, ou nunca parou pra reparar, no mesmo DM, que mulheres ali ou são idosas, crianças, ou potenciais rivais do Aoba (por exemplo, cena do anime em que o Aoba conversa com o Koujaku e algumas fangirls dele observam com certo desprezo o protagonista)? Nunca viu ninguém shippando ou passando pano para os dois protagonistas sociopatas do Killing Stalking? Desconhece o subgênero Shota, e aqueles ships marotos envolvendo personagens que sabemos serem ou que pareçam claramente serem menores de idade? Ou forçando ship entre dois personagens héteros (o famoso Slash) e até acusando séries de queerbaiting por não satisfazer fantasia alheia? É mais pelo fetichismo do que de fato por se preocupar com direitos humanos, tanto que grande parte dos conteúdos BL (fanfics inclusas) falham miseravelmente em abordar questões realmente voltadas aos homens homossexuais. E, já ia me esquecendo, ocorre também um comportamento em massa de excluir a amiguinha que prefere um ship não-cânon.

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  3. Bom, eu concordo com tudo que dissestes, sinceramente amei este blog. Mas não podemos esquecer da quantidade de cenas sexuais de forma demasiada sem focar na história, há obras baras que também são assim. Não vejo problema nenhum você querer fazer uma obra tipo um mangá ou etc, que tenha como o ponto principal, o sexo. Porém, quando se cria uma obra no qual o foco principal demonstra-se ser o desenvolvimento de um ou mais casais, você não deveria colocar repletas cenas de sexo deixando a história para trás, apenas poluindo o conteúdo. Isso também realça que obras homossexuais são apenas sexos como muitos infelizmente veem e esta parte não é só culpa de nossa comunidade mas muitas vezes dos próprios autores. ^^

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    1. Antigamente era assim, hj em dia mudou bastante, principalmente se a obra vai virar anime o foco vira o relacionamento deles e não o sexo, os mais antigos era um negócio sem pé nem cabeça,pode perceber como Yuri on Ice, Given, Dakaichi, Sekaichii Hatsukoi e etc, mas no final não nego nada do que ele escreveu no texto, quase desisti do gênero por conter coisas horríveis pra ler e hj pesquisou bastante pra ver se encontro o que me agrada , sem violência sexual claro 😚👍

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  4. Puta merda! Perdão pelo palavrão, mas eu tô muito impactada com a quantidade de verdades que você jogou na cara das pessoas assim sem filtro.
    Faço parte do fandom de killing stalking, mesmo sabendo do quão problemático é, tenho real interesse em obras que mexem com o psicológico. Mas lendo eu vi machismo, homofobia dentre outros preconceitos demonstrados pelos próprios personagens.
    Li também um manhwa chamado Pintura Noturna, esse me incomodou ao ponto de eu parar de ler de tão pesado que é. O manhwa continha cenas explícitas de assédio e estupro, mas foi tão romântizado pelas pessoas que me enojou

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    1. Mds muita vdd. Tem as vzs que eu deixo de ler yaoi de tanta toxidade. E em questao de lesbiofobia, é muita vdd ! Sempre leio os comentarios de pessoas falando q queria ter um pau pq ser mulher era muito sem graça. E por curiosodade, amo yaoi e yuri. Queria na vdd que tivesse mais mangas cm os dois generos incluidos juntos.

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  5. Gostaria que esses assuntos pudessem ganhar maior visualização na comunidade, fiquei bem feliz de ver um post tão sensato e sincero como este pra conscientizar as pessoas! Agradeço pelo trabalho de publicar tais informação

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    1. Acho que já li em alguns comentários em sites de publicação online tanto coisas boas e ruins, na revista antiga Neo Tokyo também já falou isso em 3 matérias bem longas, uma sobre o Yaoi, Yuri e a última sobre sexualização de personagens menores de idade, em cada uma mencionou isso a violência sexual para fazer o relacionamento acontecer e como isso era grave, nem tinha como discordar de tão óbvio que é, quase larguei o BL pq só encontrava material tóxico e fãs doidas amando o personagem Uke ser estuprado, negócio melhorou mas ainda há menosprezo pelas personagens femininas que faz eu me sentir muito triste, aqui mesmo colocaram a Gou, ela é tão fofa, como odiar ela?! O negócio é não comprar Histórias que vende estupro como romance!Enfim só um desabafo mesmo!

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  6. Isso é tão verdade velho e eu me lembro q eu fiquei muito chocada real quando eu vi pela primeira vez comentários de algumas fujoshis sendo lesbofobicas velho e mal sabia eu q aquela não seria a única vez e sim a primeira de muitas vezes, e eu não vou mentir q isso não me afastou bastante do fandom BL e q hoje em dia eu tenho até um certo ranço da maioria e eu sei q não são todas assim mas a grande maioria me fez perder quase todo o interesse pelo gênero

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  7. Amei o post muito informativo, eu realmente vinha reparando nesses problemas dos yaois, e dos fãns desse conteúdo, via os comentários dos sites que lia e ficava chocada e horrorizada, eu já vinha pensando nesses problemas ao bom tempo como a falta de representa idade, o ódio irracional dos fãns por mulheres e até o ódio de certos personagem pelas personagens mulheres.

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  8. Caramba, muito feliz de ter encontrado o blog e esse post que me conseguiu sintetizar muito bem pontos e questões problemática que sempre percebi, mas pela falta de maturidade e experiência não conseguia elaborar e tampouco criticar!

    Tenho 24 anos e comecei a consumir conteúdo BL/Yaoi com 9 (pasme!!!), escrevia fanfics, editava e betava a dos outros e lia mangás e assistia animes. Era uma fujoshi completa muito imersa no mundo virtual e acabei sofrendo imensas influências dessas comunidades e reproduzi MUITA misoginia até a pré adolescência, quando larguei o fandom completamente ao me abrir a novos ciclos sociais, viagens e etc.

    Faz pouco tempo que voltei a consumir ao lembrar aleatoriamente de uma música muito querida do anime No.6 (que nem é muuito BL assim, mas é o meu preferido pela trama ser bem trabalhada e os personagens serem profundos) e aí imergi de cabeça nos animes/mangás que tinha lido na infância e fiquei abismada com a quantidade de pedofilia, romantização de estupro e relação abusiva que se tem e como eu, como criança, acabei não só achando normal como bonito! Hoje vejo que isso ainda permeia as camadas mais profundas da minha psique por ter sido exposta tão cedo. Lembro de só ter despertado para toxidade quando me deparei com Boku no Piko que sinceramente………. sem palavras

    Obrigada por compartilhar análise tão necessária para o fandom e que possamos ir descontruindo esses estigmas não só fora, mas dentro da gente (que é o que tô procurando fazer).

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  9. Odeiam quando taxam o casal como “seme e uke” isso só é mais um esteriótipo para fazer casais lgbts se encaixarem no padrão da sociedade de homem e mulher, e fora isso as pessoas que falam isso são mulheres cis e héteros

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