Impressões finais: Temporada de Primavera (2018)

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Esse texto foi originalmente postado em 1 de julho de 2018
O primeiro semestre de 2018 vai se encerrando e com isso damos adeus aos títulos da temporada de primavera. Apesar de algumas decepções (*cof, cof* Darling in the FranXX *cof, cof*), esses seis meses estiveram recheados de bons animes, principalmente para os amantes de SoL (slice of life). A próxima temporada não parece muito promissora, mas vamos torcer para que não seja tão ruim assim.
Nesta postagem escreveremos nossas impressões finais de Amanchu! AdvanceMegalo BoxRokuhoudou Yotsuiro Biyori, Sword Art Online: Gun Gale Online AlternativeTokyo Ghoul:Re e Yowamushi Pedal: Glory Line.

Amanchu! Advance [Ana]

No início dessa temporada de Amanchu! eu estava satisfeita e animada. O anime parecia que manteria sua essência de ser um ótimo slice of life, com uma atmosfera healing, trazendo os conflitos da Futaba ao avançar como mergulhadora e a incrível relação das personagens principais. De fato, tudo isso não foi retirado da história, no entanto, a inserção de elementos sobrenaturais fez com que a adaptação decaísse um pouco.

O problema não são os elementos em si, eu até gosto de histórias de fantasia, só que em Amanchu! a inserção de sonhos malucos, fantasmas e bruxas vieram do nada e ficaram perdidos no meio da história, não acrescentando em nada para o desenvolvimento da mesma. É só reparar nos episódios finais em que parece que tudo isso simplesmente não aconteceu. A inserção dos familiares da Hikari, como sua irmã, do Kokoro e Kotomi e até mesmo explorar os outros personagens já existentes já seriam o suficiente para um bom desenvolvimento da história.

Apesar de tudo fico feliz que a atmosfera inicial esteve de volta no final do anime e pudemos ver o desenvolvimento da Futaba e como ela e a Hikari são muito namoradinhas hahaha. Pra mim não chega a ganhar o posto de “continuação que não deveria ter existido”, mas poderia ter sido melhor.

7.5/10

Megalo Box [Mari]

Eu não estava errada quando disse que Megalo Box seria um candidato a AOTS (anime of the season). Seguindo uma excelente estreia, com ótima ambientação e cenários muito bonitos, somados à trilha sonora de tirar o fôlego e uma grande atuação por parte dos dubladores (especialmente do Yoshimasa Hosoya), acredito que seja seguro afirmar que Megalo Box é, na verdade, um candidato a AOTY (anime of the year).

Megalo Box acerta em tudo que faz. Os personagens são interessantes e complexos, movidos por desejos, motivações e sonhos próprios, bastante diferentes uns dos outros. Joe é um lutador nato – “the real thing“, como dizem Nanbu-san e Yuri – que busca sair do buraco no qual ele estava condenado a viver; Aragaki, o antigo pupilo do Nanbu-san, é um cara que perdeu tudo na guerra e encontrou no boxe a força e a coragem para continuar vivendo; Yuri, que um dia sequer tinha olhos para o amanhã, é resgatado por Yukiko e se torna um pilar importante dos Shirato; Yukiko, na sua condição de herdeira e mulher, tem que enfrentar o próprio irmão para conquistar e manter sua posição na família, a ponto de sacrificar seus sentimentos. Eu não tenho como descrever a construção dos personagens de Megalo Box e o desenvolvimento de suas relações inerentemente conflituosas com nenhuma outra palavra que não seja “brilhante”.

Megalo Box é, acima de tudo, uma história de superação. É sobre utilizar suas próprias forças para atingir os seus objetivos. É sobre construir laços de amizade, companheirismo, verdadeira confiança para ter o apoio que precisa em sua jornada. É uma obra que mostra que não importa a sua origem ou o que você teve que passar um dia, sempre haverá uma luz no fim do túnel, ainda que não seja possível obter somente resultados positivos o tempo todo. Narrativa e visualmente falando, a obra é um espetáculo. Minha única reclamação não é sequer relevante quando olhamos através de uma perspectiva geral, mas… Bem, acredito que as lutas poderiam ser melhores (embora eu não esteja dizendo que elas foram ruins) e faltou um pouco de consistência em relação à abordagem dos Gears.

Depois de assistir ou ler Hajime no Ippo, um dos masterpieces do gênero de esporte, penso ser inevitável criar expectativas nesse sentido. Com exceção das lutas do Joe contra o Aragaki e o Yuri, eu não senti a mesma tensão e desespero que sentia vendo o Ippo lutar, por exemplo. Em Megalo Box, as lutas acontecem muito rápido, mas eu entendo que elas não são exatamente o foco da obra e que há um número limitado de coisas que você pode fazer em 13 episódios. Além disso, o Gear é apresentado a nós como um aparato tecnológico capaz de mudar os rumos do esporte, porém isso cai por terra quando o Joe mostra que consegue aguentar as porradas sem correr riscos reais de morte (que é o que nos fazem acreditar, afinal, lutar sem Gear contra uma pessoa equipada é visto como loucura). Por outro lado, a euforia e a tensão geradas pela imagem do “Gearless Joe” é um diferencial e tanto, e eu não posso negar… é foda demais. Sendo assim, reitero: apesar de suas falhas, com base no que Megalo Box se propôs a fazer, a equipe entrega com perfeição.

É claro que, por uma perspectiva feminista, eu também teria gostado de ver mais personagens femininas relevantes ao enredo – se me lembro bem, não havia empecilhos para participar do Torneio de Megalonia desde que você fosse um cidadão, logo não deveria haver restrições de gênero. Os Gears, nesse sentido, poderiam compensar as diferenças físicas entre homens e mulheres. O quão fenomenal seria ver as mulheres descendo o cacete nos caras que as subestimariam por causa do seu gênero? –, no entanto, este é um problema que animes de esporte sofrem em geral: deixar as mulheres com papéis secundários e, em alguns casos, nem isso, fazendo delas apenas um “colírio” ou algo do tipo (mas essa é uma questão que pretendo abordar em outra oportunidade).

Não é um demérito à obra, porém é uma coisa que poderia ter a tornado ainda melhor. Enfim, acredito que a essa altura já deve ter ficado claro o que eu penso: Megalo Box é um anime incrível. Recomendo fortemente para quem curte o gênero de esportes e para quem não curte também, porque tenho certeza que a obra te surpreenderá de alguma forma.

8.5/10

Rokuhoudou Yoysuiro Biyori [Ana]

Eu gostei bastante de Rokuhoudou Yotsuiro Biyori. Não sei se devido à ambientação mais adulta, embora a história não tenha trazido nada de extraordinário, assistir aos episódios me confortava, sendo impossível não terminá-los com um sorriso no rosto. Todo episódio me dava muita vontade de conhecer a casa de chás comandada pelos quatro homens e poder não só provar daquelas comidas, doces e bebidas que só me faziam passar vontade, mas também de me sentir acolhida por aquele ambiente da mesma forma que as pessoas se sentiam.

Foi bastante interessante perceber o quanto a personalidade e as habilidades dos quatro combinam e se completam, e assim coordenavam o local. Também em como as pessoas que o frequentavam construíram uma relação positiva com o ambiente e umas com as outras, não apenas pelo paladar, mas por toda a situação, que por mais simples que fosse, era capaz de fazer as pessoas se sentirem bem. E eu não poderia terminar essas impressões sem comentar que o Gure, dublado pelo Ono Daisuke, é um homão da porra (embora precise melhorar suas habilidades de decorar cafés).

Apesar de não ser o tipo de anime que agrade todo mundo, se você procura um slice of life healing e não se importa de passar vontade desejando as comidas do lugar, recomendo fortemente que veja Rokuhoudou Yotsuiro Biyori.

8.5/10

Sword Art Online: Gun Gale Online Alternative [Mari]

Eu não sei se isso é uma opinião impopular, mas eu sempre achei o universo de Sword Art Online interessante, porém mal aproveitado demais. Por isso fiquei feliz quando soube que essa adaptação na verdade seria baseada numa Light Novel escrita por Sigsawa Keiichi (autor de Kino no Tabi) e que eu não teria mais que lidar com o Kirito, seu harém e o fanservice idiota do A-1 Pictures (além da animação inconsistente). É um alívio pra mim que o estúdio 3Hz (Flip Flappers, Princess Principal) tenha ficado responsável por Sword Art Online: Gun Gale Online Alternative, já que seus trabalhos costumam apresentar uma qualidade acima da média. Portanto, não é de se surpreender que esse SAO tenha realmente ficado bom.

Sword Art Online: Gun Gale Online Alternative, na minha opinião, resolveu grande parte dos problemas do original. Aqui temos personagens femininas importantes que não existem apenas em relação ao seu interesse amoroso (*cof, cof* Asuna *cof, cof*) e que não precisam ser salvas pelos homens o tempo todo (*cof, cof* o resto do harém estúpido *cof, cof*). Pelo contrário, em SAO: GGO há times formidáveis compostos 100% por mulheres e as pessoas mais habilidosas do jogo (LLENN e Pitohui) também são mulheres. O fanservice existe, mas é pontual e não-ofensivo (convenhamos, a Pitohui não precisava de uma roupa colada daquelas pra lutar, embora caia muito bem nela). Enfim, as coisas funcionam como deveriam aqui.

SAO: GGO tem vários aspectos positivos como a amizade e a rivalidade entre mulheres (sem envolver brigas por causa de homens); os babacas que tentam se aproveitar ou assediar as meninas no jogo são tratados exatamente assim, como babacas, e sofrem as devidas consequências; e, embora tenha sido por pouco tempo, a adaptação também nos mostrou personagens de diferentes sexualidades e eu achei isso ótimo. Temos um elenco variado cujas interações são divertidas e fazem com que nos importemos com ele.

Claro que, como toda obra, SAO: GGO tem algumas falhas. Não aconteceu diversas vezes, mas houve ocasiões em que deu pra sentir que as lutas/perseguições foram meio “over the top” e que, se aquilo não fosse um jogo, a LLENN nunca teria saído ilesa das encrencas que ela se meteu. Isso realmente não me incomoda, mas pode ser um problema pra quem busca um jogo de tiro mais realista. No começo, também penso que houve um excesso de exposição ao explicar como funciona o jogo e tudo mais e que a equipe poderia ter abordado de outra forma, mas o problema foi resolvido nos episódios seguintes.

Resumindo, ainda se trata de SAO, só que sem a parte ruim (inclusive a Sinon de Sword Art Online II é mencionada algumas vezes no decorrer da história!). Acompanhar SAO: GGO foi uma experiência bastante divertida pra mim e eu recomendo pra quem ainda tem alguma esperança na franquia.

8.0/10

Tokyo Ghoul:Re [Mari]

Eu queria ter uma máquina do tempo pra voltar pro dia que eu escrevi minhas primeiras impressões de Tokyo Ghoul:Re e dar um soco na eu que ainda tinha um pouco de esperança no Studio Pierrot e achou que poderia sair uma boa adaptação daqui. Mais uma vez, eles fizeram tudo errado: os eventos do mangá acontecem rápido demais no anime e nem dá tempo de você se importar com os personagens novos porque eles mal aparecem e já morrem; um monte de cenas relevantes foram cortadas (e o fato de o estúdio ter basicamente APAGADO a Touka da história me deixou revoltada); referente à animação, como vocês já deveriam esperar, ficou daquele jeito. Enfim, o anime de Tokyo Ghoul:Re é um erro. É legal ver algumas lutas animadas (porque tenho dificuldade de acompanhar os painéis do Ishida às vezes), assim como ouvir as vozes dos personagens que gosto e a trilha sonora nova, mas no geral, não vale a pena. Se você se interessa pela franquia de TG, por favor, leia o mangá.

5.0/10

Yowamushi Pedal: Glory Line [Mari]

Vocês que acompanham o blog há bastante tempo devem saber que Yowamushi Pedal é uma das franquias preferidas minha e da Ana, e é justamente por isso que escrever essa resenha vai doer tanto. Porém, o fato é: Yowamushi Pedal: Glory Line foi uma decepção. A terceira temporada já não tinha sido aquelas maravilhas, mas teve seus momentos, enquanto essa continuação atingiu níveis de ruindade que eu não esperava de YowaPeda.

Comecemos pelo fato de que a narrativa se perdeu depois que o pessoal do 3º ano se formou. Ao contrário de obras como Diamond no Ace, por exemplo, YowaPeda não conseguiu introduzir personagens carismáticos o suficiente que pudessem suprir essa falta que os terceiranistas fazem. Entre as três escolas principais (Hakone, Kyoto Fushimi e Souhoku), acho que a única reformulação que prestou foi a da primeira (inclusive a relação conflituosa entre os irmãos Shinkai foi um dos poucos aspectos positivos dessa temporada).

O Midousuji continua insuportável do jeito que sempre foi e o novo recruta dele, Komari, é um pé no saco. Ele até pode ter enfrentado dificuldades e restrições no passado, mas eu simplesmente não consigo levar a sério um personagem que passa os episódios todos tentando (e às vezes conseguindo) assediar os outros. Não é porque ele faz isso com outros meninos que é engraçado. Eu não odeio o Teshima e o Aoyagi, mas eles nem de longe têm o mesmo espírito de liderança que os seus senpais. Também achei uma escolha errada deixarem o Koga de fora do lineup do Intercolegial (ele só “perdeu” pro Teshima porque o autor queria de alguma forma recompensar o esforço dele, mas o Teshima simplesmente não é um melhor atleta e sinceramente até agora não fez nada de realmente útil).

Yowamushi Pedal é uma franquia que depende muito de seus personagens. Se eles não forem interessantes, carismáticos e apresentarem um bom desenvolvimento, a obra se perde. Eu gostei bastante do episódio 25 porque na minha opinião ele trouxe de volta a tensão que víamos nas duas primeiras temporadas, somado ao verdadeiro espírito da Souhoku, além de terem tocado a primeira abertura no final (e é sempre legal quando fazem isso). É isso que me dá esperança para uma possível quinta temporada, que eu espero do fundo do meu coração que não cometa os mesmos que Glory LineYowamushi Pedal pode se reerguer, mas o autor e a equipe terão que se esforçar bastante pra recuperar o interesse perdido nessas duas últimas temporadas.

6.0/10

2 comentários em “Impressões finais: Temporada de Primavera (2018)

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