Primeiras impressões: Temporada de Verão (2018)

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Esse texto foi originalmente postado em 9 de julho de 2018
Tivemos que fazer muito esforço para escolher mais do que meia dúzia de títulos dessa temporada para dar uma chance. Tirando o grande sucesso de Banana Fish e algumas continuações esperadas, o resto é um tiro no escuro. Sendo assim, nossas expectativas estão baixas, mas vamos ver onde que essas obras vão dar.
Os títulos escolhidos foram: Angolmois: Genkou KassenkiAsobi AsobaseBanana FishFree!: Dive to the FutureHanebado!, Harukana Receive, Shingeki no Kyojin Season 3.

Angolmois: Genkou Kassenki [Mari]

Angolmois: Genkō Kassen-ki (ou Angolmois: Record of Mongol Invasion, em inglês) se passa no período Kamakura (que corresponde ao shogunato iniciado em 1185 e extinto em 1333) e relata a invasão do Império Mongol sofrida pelos japoneses. O protagonista, Jinzaburou Kuchii, é um ex-general que foi exilado para Tsushima, a ilha mais perto de Goryeo (Coreia), da qual a marinha mongol se aproxima. Ainda não sabemos o motivo de seu exílio, mas ele é enviado para lá ao lado de vários outros homens que seriam executados pelo governo. Chegando à ilha, eles são recebidos pela princesa Teruhi e descobrem que devem lutar contra o Império Mongol.

Eu conheço muito pouco da história japonesa, então não sei o quão fiel a adaptação será a esse período, mas como sou fã de obras históricas, acredito que minha experiência com Angolmois: Genkou Kassenki será positiva. Este é o primeiro trabalho de Kuriyama Takayuki como diretor de uma série, por isso não há muito no que se basear, mas o primeiro episódio foi bem dirigido. Conhecemos os personagens principais, aprendemos um pouco sobre o universo da obra, e não tem o info-dump que costuma acontecer nas estreias.

Entre os pontos fortes de Angolmois: Genkou Kassenki, eu gostaria de destacar o papel importante dado à Teruhi, pois não é sempre que temos mulheres protagonizando animes históricos. Eu gostei bastante do tema de abertura também e o elenco de seiyuus traz vários nomes de destaque, como LynnOno Yuuki, Ono KenshoKomatsu MikakoKoyama RikiyaSuzuki Tatsuhisa e vários outros. A animação é fluida e se sobressai especialmente nas cenas de ação. Enfim, para quem gosta de obras históricas ou para quem curte uma boa ação, definitivamente vale a pena dar uma olhada nesse aqui.

Asobi Asobase [Mari]

Asobi Asobase definitivamente não era o que eu estava esperando. O episódio começa com uma abertura fofa, cantada pelas seiyuus do trio principal (Kino Hina, Kohara Konomi e Nagae Rika) e nos dá a sensação de que essa seria mais uma obra da série “cute girls doing cute things“, mas não poderíamos estar mais errados.

Asobi Asobase é uma comédia absurda que trabalha com quebra de expectativas. Temos uma anta que quer ser popular, uma antissocial meio assustadora que não gosta de jogos e uma pseudo-gringa que acaba tendo que ensinar inglês pra outra pessoa quando ela na verdade não fala uma palavra de inglês. Juntas, as três formam um clube que deve “estudar passatempos”. Já dá pra imaginar o que vai sair daqui, né?

Fazia bastante tempo que eu não assistia a um primeiro episódio tão engraçado. Além do timing das piadas, a equipe utiliza diversos estilos de animação para incrementar as cenas, que somados a ótima atuação das seiyuus com os monólogos das personagens, torna tudo mais hilário (e ainda tem aquele encerramento!). O único problema de obras assim é que elas precisam constantemente se reinventar ao longo dos episódios para evitar que o humor fique cansativo.

Eu gosto muito dos trabalhos da Kakihara Yuuko (roteirista) e ela notabiliza-se em slices of life, então tenho fé que Asobi Asobase será uma experiência incrivelmente divertida até o final. A adaptação ainda conta com Kishi Seiji, um dos grandes diretores da indústria, conhecido principalmente pelos seus trabalhos com Angel BeatsAnsatsu KyoushitsuJinrui wa Suitai Shimashita e o recente Tsuki ga Kirei (no qual esteve ao lado de Yuuko também). Se executado de forma correta, Asobi Asobase terá potencial para ser uma das melhores comédias do ano.

Banana Fish [Mari]

Conforme mencionado na introdução da postagem, excetuando algumas continuações, Banana Fish era a estreia mais esperada desta temporada de verão. Além do mangá ser um grande sucesso, a adaptação ficou nas mãos do estúdio MAPPA (Yuri!!! On Ice, Zankyou no Terror) e conta com a direção de Utsumi Hiroko (Free!) e roteiro de Seko Hiroshi (Mob Psycho 100). É uma receita que tem tudo pra dar certo.

O primeiro episódio de Banana Fish trata de nos apresentar aos protagonistas Ash Lynx, um líder de gangue com um passado bastante obscuro, e Eiji Okumura, um fotógrafo japonês de coração puro que acaba envolvido nas confusões de Ash. Estabelece-se alguns pontos da narrativa – o segredo que fez o irmão mais velho de Ash enlouquecer no Vietnã, os conflitos entre as gangues que Ash supostamente havia pacificado e os planos que Dino, “pai” adotivo de Ash tem para o futuro. Não se sabe ainda o rumo que a história vai tomar, mas é seguro dizer que não vai ser bonito. Fiquem atentos a possíveis gatilhos, pois Banana Fish deve incluir abuso sexual, homofobia, pedofilia e outros temas pesados, mesmo que subentendidos.

Em termos técnicos, não tenho muito o que falar. Gostei bastante da ambientação – sobretudo os cenários urbanos, que ficaram encantadores – e da direção de Utsumi, sempre focando nos sentimentos dos personagens. Em comparação ao seu trabalho anterior, Banana Fish é um giro de 180 graus, mas acredito que o toque dela nesta história poderá gerar resultados interessantes. Resta-nos esperar pra ver.

★★★★

Free! Dive to the Future [Ana]

Talvez eu não seja o público alvo de Free! e confesso que tinha um grande preconceito com a obra até assisti-la e acabar gostando bastante, por isso uma terceira temporada me deixou animada. Mudanças na direção do anime sempre me deixam receosas, no entanto, Kawanami Eisaku, embora seja um novato, já foi responsável pela direção dos filmes lançados em 2017, então acredito que fará um bom trabalho nessa nova temporada.

Free! geralmente foca bastante nos relacionamentos dos personagens, e acredito que isso se manterá. Nesse primeiro episódio pudemos ver Haru e Makoto encontrando seus amigos de longa data, Kisumi e Asahi, em Tóquio. Ainda, tivemos uma noção de que haverá um conflito entre Haru e Ikuya. Ambos foram colegas de natação no passado, no entanto, não se tinha notícias de Ikuya há muito tempo, e esse, aparentemente, segue o mesmo estilo de natação de Haru.

Além disso, tivemos a presença da maioria dos personagens da obra, como está a vida de Rin na Austrália, a entrada de novos membros para o clube de natação da Iwatobi, e também uma breve aparição dos membros da Sametsuka Academy. Assim, é possível que Free!: Dive to the Future tentará abordar não apenas os personagens que já se formaram, ou os que permaneceram nos clubes, mas um pouco de cada coisa. Foi um bom primeiro episódio para introduzir os conflitos dessa nova temporada e quero ver como tudo irá de desenvolver.

★★★★

Hanebado! [Ana]

Nessa temporada em que as coisas parecem meio mornas, o anime de esporte sobre badminton estreou de maneira bastante positiva. Sabendo que Kishimoto Taku, responsável pela composição da série de diversas adaptações boas, inclusive animes de esporte como Haikyuu!! também está por trás da composição de Hanebado! é esperado que algo de bom saia. Além disso, a equipe de animação envolvida parece realmente dedicada a tornar o anime dinâmico e empolgante, acrescentando ou realocando cenas do mangá (com a concordância do autor).

Logo de início nos é apresentado Nagisa, uma estudante do terceiro ano, que tem uma incrível sede de vencer e se tornar a melhor jogadora, o que acaba espantando novos membros do clube escolar. No entanto, logo descobrimos suas motivações e por que ela tem um comportamento agressivo na maior parte do tempo. Ela perdeu para uma garota mais nova, Ayano, no passado e ainda escuta o tempo todo que ela vence apenas por ser alta e não porque realmente se dedica ao esporte. Ainda, essa mesma garota, Ayano, estuda na mesma escola, mas por algum motivo, aparentemente um trauma, quer se afastar do esporte e não entrar para o clube de badminton, até que é persuadida a isso.

Assim, a estreia nos faz querer entender porque Ayano age dessa maneira agora, e como essas duas personagens que têm um passado não muito agradável vão lidar uma com a outra daqui pra frente e em como as motivações e habilidades das personagens serão o suficiente ao enfrentarem suas rivais.

Eu, particularmente, não acho badminton um esporte muito interessante, mas Hanebado! parece que irá mostrá-lo como algo empolgante principalmente devido às motivações das personagens, então estou ansiosa para os próximos episódios, e espero ainda que o anime tenha mais de 1 cour.

★★★★

Harukana Receive [Mari]

Eu não sabia o que esperar dessa adaptação considerando que o estúdio C2C não tem muitos trabalhos em seu repertório, mas até que a estreia foi positiva. Eu só li o primeiro volume do mangá, porém me parece que o anime será fiel à obra original, apesar de colocar algumas cenas desnecessárias de fanservice que não estavam no mangá (tipo a Haruka tirando a roupa com o biquíni por baixo).

Harukana Receive apresenta falhas (por exemplo, o biquíni que as personagens utilizam não é o mesmo que atletas de vôlei de praia de verdade vestem e é um tanto imprático), mas o autor se esforça para criar uma obra séria de esporte com protagonistas femininas. Eu tenho a sensação de que o anime deixou o design das personagens mais moe do que realmente é, mas tudo bem, já que isso não chega a ser um dealbreaker pra mim.

A Haruka é uma ótima protagonista, carismática, e faz com que você imediatamente queira torcer pra ela. Ela é 70% do motivo de eu querer continuar com Harukana Receive. Além disso, a adaptação é bem animada, com foco real na partida quando as personagens se enfrentam (e não nos peitos e bundas delas). Se mantiverem o fanservice no mínimo, a obra terá potencial para ser um bom anime de esporte com aspectos de slice of life.

Shingeki no Kyojin Season 3 [Ana]

Aqui estamos nós, um ano após o término da segunda temporada de Shingeki no Kyojin, com a estreia da terceira. Algumas coisas me deixam receosas com a adaptação já no começo, como o fato do Wit Studio ter confirmado 24 episódios para essa temporada. A equipe é basicamente a mesma da temporada anterior, e mesmo que a segunda tenha se se saído melhor do que a primeira em termos de animação, ela não foi tão consistente em alguns aspectos como já foi dito nas impressões finais referentes a essa temporada. No entanto, prefiro acreditar que os erros de animação serão menores do que os que ocorreram na primeira temporada, por exemplo.

No entanto, apesar disso, podemos dizer que a terceira temporada teve uma uma boa estreia em termos de animação e também de desenvolvimento, embora talvez um pouco corrido. No mesmo episódio vimos Eren falhar nos experimentos realizados por Hange a fim de usarem seu corpo de titã para tapar o buraco na muralha, e Historia se lamentar que agora que a Ymir a deixou, não sabe exatamente qual seu objetivo de vida. Ainda, soubemos que o pastor Nick foi torturado e assassinado pela Polícia Militar. Sabemos que a Polícia Militar tem conflitos de interesses em relação às outras Legiões já que atendem diretamente aos desejos do Rei. Além disso, nos é apresentado Kenny, um serial killer conhecido com “Kenny, o estripador”, que já fez parte da Polícia Militar e chegou a treinar Levi quando era jovem e agora se pôs a atacá-lo enquanto Mikasa, Sasha e Conny resgatam Armin e Jean que haviam sido raptados disfarçados de Historia e Eren. Ou seja, muitas tretas!

A última cena que eu me lembro de ter lido no mangá há muito tempo havia sido essa do Armin e Jean disfarçados, então eu realmente não sei – tirando um spoiler ou outro – o que acontece daqui pra frente, assim espero realmente que a adaptação não deixe a desejar em relação à obra original e que nos traga uma experiência positiva. Por fim, não posso deixar de comentar que é muito estranho não ter uma abertura de Linked Horizon em Shingeki no Kyojin, embora a música escolhida para essa temporada não seja ruim, não achei que combina muito com a atmosfera de SnK, mas fazer o quê, né?

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