Outubro chegou e com isso estamos dando início ao último trimestre de 2020. Eu não sei vocês, mas desde que a pandemia chegou com força no Brasil eu sinto como se estivesse suspensa no tempo e no espaço. É muito louco pensar que 3/4 do ano já se foi. A boa notícia, no entanto, é que pelo menos no quesito animes parece que terminaremos este ano melhor do que começamos. Nesta postagem vocês encontrarão nossas primeiras impressões de Adachi to Shimamura, Hanyou no Yashahime: Sengoku Otogizoushi, Ikebukuro West Gate Park, Jujutsu Kaisen, Majo no Tabitabi, Taiso Samurai e Yuukoku no Moriarty.
Adachi to Shimamura [Lucy]
Se eu precisasse resumir todo o episódio em uma palavra só, diria que é “relaxante”. É um anime que leva seu tempo para apresentar a situação, sem parecer arrastado ou enrolado. Isso faz sentido, visto que estamos acompanhando um romance entre duas meninas que nem se conheciam até pouco tempo atrás — mas apesar de não ser corrido, fiquei com a impressão de que muitas coisas ocorreram nesse primeiro episódio.
Quase tudo o que vimos até agora foi colocado do ponto de vista da Shimamura, e espero que façam algo similar com a Adachi no próximo episódio, ou pelo menos em breve. A partir disso, é mostrado como se iniciou a amizade entre as duas e quais os pensamentos de Shimamura sobre Adachi e relacionamentos no geral — atenção nesse ponto, pois fiquei com a impressão de que ela passou por alguma coisa que pode render conflitos ao longo do anime.
Esses pensamentos, aliás, são ilustrados de maneira belíssima. Não que o resto também não seja, está tudo muito agradável de olhar em Adachi to Shimamura. A paleta de cores gentil dá uma ótima ambientação, e achei o character design das meninas muito fofo (adorei os olhos delas!). A única coisa que me incomodou ao longo do episódio foi o fanservice inesperado e frequente. A quantidade de shots focados nas coxas ou nas saias das garotas chegou a me deixar quase desconfortável, quebrando aquela sensação de relaxamento que mencionei; isso sem contar as velhas piadinhas de agarrar os seios da amiga peituda. Foi o suficiente pra eu ficar desejando que as amigas de Shimamura (que devem ser o casal secundário) não apareçam tão frequentemente nos próximos episódios.
Outra coisa que me levantou a sobrancelha, porém de maneira menos ultrajada, foi a presença do pequeno astronauta, que parece totalmente dissonante com o resto do episódio. Um pouco de pesquisa me mostrou que é um personagem de uma obra anterior do mesmo autor, Denpa Onna to Seishun Otoko, mas não creio que deve ser só um easter egg pros fãs da série. Estou curiosa pra ver qual será o papel dele na história.
Adachi to Shimamura tem potencial para ser uma bela história de amor. Gostei do casal e mal posso esperar para ficarem juntas, mas sei que será uma caminhada boa até lá; uma jornada que deve valer quase tanto a pena quanto o destino. A essa altura, acho que a única coisa que pode estragar meu aproveitamento desse anime são as tais cenas de fanservice que mencionei. Se forem numa quantidade menos exagerada, acho que posso olhar pro lado e fingir que não estou vendo… mas só um pouquinho.
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Hanyou no Yashahime: Sengoku Otogizoushi [Mari]
Como já suspeitávamos, absolutamente tudo no primeiro episódio de Hanyou no Yashahime grita “nostalgia!”. Além de boa parte da equipe que trabalhou no original ter retornado, como o diretor Satou Teruo, o roteirista principal Sumisawa Katsuyuki e diversos dubladores, o estilo artístico foi mantido e, contrariando as expectativas, 80% do tempo de tela inicial foi dedicado aos personagens antigos e não às verdadeiras protagonistas de Yashahime. Neste sentido, a estreia de Yashahime foi uma espécie de “Episódio 0”, servindo para fisgar a atenção do público mais velho e contextualizar a origem das protagonistas, adaptando o epílogo da obra original. Pouco foi dito sobre a nova história, que deve de fato começar no episódio 2.
Para quem acompanhou o InuYasha original (será que poderíamos chamá-lo de “clássico” a essa altura?), não vejo motivos para não gostar desta espécie de continuação já que o estúdio parece decidido a manter suas virtudes. Quem esperava algo diferenciado, no entanto, poderá ficar um pouco decepcionado. Talvez possamos citar como mudança em relação a seu antecessor a ausência de um enredo amoroso, já que ao contrário da relação InuYasha x Kagome, não me parece que haverá algo do tipo entre Moroha, Setsuna e Towa, mas nada além disso. Teremos que esperar para ver se haverá surpresas por aí.
Quanto às minhas reclamações, eu tenho uma que na verdade tem mais a ver com os contratos de licença do que com o anime em si, mas eu não gostei da legenda em português oferecida pela Crunchyroll. Primeiro porque eles colocaram na legenda os nomes da dublagem antiga e ainda conseguiram inventar formas novas de escrevê-los (não era pra ser Narak e Mirok em vez de Naraki e Miroki?); segundo porque isso nem faz sentido, já que “Kohaku” continuou sendo “Kohaku”; e terceiro, talvez o pior, traduziram o poder do Miroku (buraco do vento) como “Poder de Buda” – conversei com várias pessoas sobre e NINGUÉM sabe de onde saiu isso. Sendo assim, para quem for se sentir incomodado como eu, sugiro ver com as legendas em inglês se for uma língua que você entende.
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Ikebukuro West Gate Park [Lucy]
Começa mais uma temporada e com ela, novamente, minhas primeiras impressões sobre um anime vagamente de mistério/crime. A vítima da vez é Ikebukuro West Gate Park, cujo nome preciso jogar no Google toda hora pra ver se escrevi corretamente.
Invés de iniciar propriamente a história, o primeiro episódio se dedicou à introduzir o elenco e o setting, por meio do olhar de uma menina que é jogada no meio da turbulência causada por um esquema de venda de drogas num canto de Tóquio; tudo isso com grandes doses de suspensão de descrença. Nosso protagonista, Makoto, aparentemente conhece todo mundo em Ikebukuro, de líderes de gangue a policiais. Graças a isso, é capaz de descobrir todas as pessoas por trás do esquema, e em mais ou menos uns dois dias, ele manda a organização toda pra cadeia, colocando uma criança de doze anos em risco de vida diversas vezes ao longo do processo (episódio). As coisas se resolvem de maneira tão simples e rápidas que chega a ser quase anti-climático.
E honestamente, não tenho muito o que dizer sobre o restante do anime. A arte é decente. Acredito que as cores desbotadas e o character design mais genérico sejam para passar uma atmosfera maior de realismo, da escuridão do mundo do crime, ou algo assim. É competente, mas nada além disso. A trilha sonora e a dublagem também não chamam a atenção… Na verdade, o que realmente se destacou no episódio foi o tratamento que deram a um tema bem delicado, especialmente no Japão.
Eu não vou mentir: o Proerd devia passar esse episódio nas palestras deles. IWGP é tão escancarado em sua mensagem anti-drogas que chega a ser hilário. O protagonista passa o episódio todo com uma camisa escrita “fumar mata”, tem uma criança envolvida pra mostrar como o uso de drogas pode afetar famílias, a quadrilha é aparentemente tão vil por lidar com maconha (e similares) que delinquentes e policiais se juntam para acabar com ela. A moral toda da história é que drogas destroem vidas e se envolver com elas não compensa. E enquanto isso não está de todo errado, é colocado de maneira tão exagerada que acaba dando um tom de comédia a uma história que não era pra apresentá-lo. Erraram totalmente a mão, e é muito difícil levar a sério o que estão tentando transmitir para o público.
Voltando ao ponto principal, parece que o anime nem começou ainda. O primeiro episódio foi um tanto genérico e pouco inspirado, mas não foi péssimo a ponto de me querer fazer largar. Creio que a série tem espaço para crescer e se desenvolver; afinal, o livro e o seriado nos quais o anime é baseado fizeram um sucesso enorme no Japão. Tem que existir um motivo pra tal furor. O jeito é continuar acompanhando pra ver se descubro, mas nesse primeiro momento, IWGP ainda não me prendeu muito.
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Jujutsu Kaisen [Ana]
Acho que esse é o anime com maior hype da temporada, e de fato ouso dizer que ele realmente fique entre os melhores. Embora eu não tenha conhecimento sobre o mangá, sei que tem sido bastante elogiado e aparentemente nos dois episódios que foram ao ar até então foi feita uma boa adaptação.
Acho que o anime começou bem. O início, com uma cena que na verdade é de um acontecimento futuro – a condenação do protagonista Yuuji –, é um artifício que eu particularmente gosto e instiga a querer entender porque as coisas chegaram a esse ponto. Isso é logo esclarecido no segundo episódio, que tem uma diminuição de cenas particularmente nojentas em relação ao primeiro, embora a ideia de engolir os dedos de demônio ainda não me pareça nem um pouco agradável.
Basicamente temos um mundo em que os 20 dedos do demônio Sukuna foram espalhados e esses precisam ser encontrados já que se outro demônio consumir partes do Sukuna o poder que eles ganham pode destruir o mundo todo. Inicialmente, vemos Megumi à procura de um desses dedos, que havia sido encontrado pelos estudantes do ensino médio que fazem parte do clube de ocultismo incluindo Yuuji. Yuuji acaba consumindo o dedo (Eca!) e descobre-se que existe algo de diferente nele que o torna capaz de suportar a possessão e os poderes do demônio, e assim ele decide colaborar para capturar os outros dedos a fim de eles não caírem nas mãos erradas. Temos também um pouco de drama já que o avô de Yuuji falece logo no primeiro episódio, mostrando que o protagonista lembrará de suas palavras no decorrer da história. No final do segundo episódio também nos é introduzido Nobara, que aparentemente será uma personagem feminina importante, que está saindo da roça e indo tentar a vida capital – como diz suas próprias palavras – e que eu nem conheço direito, mas já a amei!
Até então o estúdio MAPPA tem feito um bom trabalho e temos também um cast com diversos nomes bons, assim o anime tem tudo para ser um dos melhores da temporada se as coisas não desandarem.
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Majo no Tabitabi [Ana]
Melhor anime da temporada, escutem o que eu tô dizendo! Hahaha. Mas sério, além de muito gay – o segundo episódio consegue ser ainda mais que o primeiro –, mais gay que o anime que realmente é gay (Adachi to Shimamura), se você assistir isso aqui e não sair como se tivesse sido curado de todos seus problemas, alguma coisa está errada.
Brincadeiras à parte, Majo no Tabitabi realmente parece que vai ser aquele anime bem leve e com uma atmosfera healing. No primeiro episódio vemos Elaina, uma garota que desde criança decide ser bruxa para poder viajar o mundo, quando ela ainda é uma aprendiz que precisa encontrar uma outra bruxa que lhe ensine o que precisa saber. Após ser diversas vezes rejeitada, ela encontra a Fran (maravilhosa!) que pretende lhe ensinar, mas inicialmente aparenta ser fria e exigente, e no entanto vemos que apesar da sua personalidade ela realmente queria que Elaina se tornasse uma boa bruxa. No episódio seguinte, a situação meio que se inverte já que é Elaina quem ajuda agora a aprendiz Saya a passar no exame, e a interação entre Saya e Elaina foi simplesmente muito, muito gay. Estou reclamando? Obviamente que não! Hahaha.
Aparentemente, a história será episódica mostrando a jornada da Elaina e sua interação com diversas pessoas. Realmente não será algo muito profundo, mas isso nem é necessário quando se tem uma história confortante, com cenário, character design e animação bonita. Estou bastante animada para conferir os próximos episódios.
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Taiso Samurai [Lucy]
Comédia pastelão e drama pessoal são duas coisas difíceis de misturar na mesma história. Taiso Samurai, de algum jeito, consegue chegar num equilíbrio razoável em seu primeiro episódio.
Tem muita coisa acontecendo aqui: Jotaro é um ginasta quase na casa dos trinta que chegou na hora de se aposentar, mas não é capaz de aceitar a situação, visto que a vida toda dele girou em torno do esporte. Ele é viúvo e mora com a sogra, a filha obcecada por ninjas e cinema, um ninja gringo que é perseguido por agentes e provavelmente imigrante ilegal, e um pássaro falante gigante vindo da América do Sul.
Pois é.
E o episódio ainda assim funciona bem! Algumas cenas me fizeram soltar uma risada, enquanto as partes com o conflito de Jotaro quanto à aposentadoria são realistas e compreensíveis. A única questão é que, bem… ele decide não se aposentar no final, apesar de ter já uma lesão que prejudica seu desempenho há um bom tempo. Não tenho ideia de qual rumo a história dele tomará, mas acredito que acrobacias ninja estarão no roteiro, visto que o gringo da história é bem atlético (e fã do protagonista).
A animação está num bom padrão até agora, mas tenho a sensação de que talvez tenhamos um outro Yuri!!! on Ice (cuja animação caiu bastante ao longo da série), ainda mais visto que ambas as séries são do mesmo estúdio. Espero que eu esteja errada. Um destaque positivo, pelo outro lado, é o elenco de dublagem, recheado de nomes famosos. O trio principal tem como dubladores Daisuke Namikawa, Kensho Ono e Yuki Kaji, e ao olhar a lista de secundários, encontramos os lendários Hiroshi Kamiya e Nana Mizuki, por exemplo. Se o visual falhar, pelo menos o anime ainda será um deleite pros nossos ouvidos. Ah, e a abertura não precisava ser tão divertida assim, mas eu aceito de muito bom bom grado.
Sinceramente, ainda não tenho uma opinião definida sobre Taiso Samurai. Ainda há personagens importantes a serem apresentados, e como mencionei, não sei que caminho o enredo vai seguir. No entanto, o que vi até agora foi bem legal; gostei dos personagens e das possibilidades de dinâmicas entre eles. Espero que independente do rumo que o anime tome, o restante dele continue no mesmo nível que esse início (ou melhor, é claro).
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Yuukoku no Moriarty [Mari]
Lembram quando eu falei que Yuukoku no Moriarty era possivelmente a minha maior aposta da temporada? Então… a estreia não decepcionou! Eu estaria mentindo se dissesse que não estou preocupada com o fato do Production I.G estar animando três adaptações numa mesma temporada, mas Yuukoku no Moriarty teve um primeiro episódio tecnicamente perfeito e por isso eu realmente torço para que eles consigam manter o nível de qualidade apresentado.
Como vocês já devem ter percebido, o pessoal do Rukh no Teikoku é louco por uma boa história de detetives. A coisa fica ainda melhor quando é algo que foge dos moldes tradicionais (vide Fugou Keijo e o “Balance:Unlimited” do Kambe). Sendo assim, o que Yuukoku no Moriarty traz de novo para a mesa? Bem, é certo que todo mundo já ouviu o nome “Sherlock Holmes” pelo menos uma vez na vida, mesmo que nunca tenha lido ou assistido nada sobre o personagem, porém o mesmo não se aplica ao antagonista da história, Moriarty. Neste sentido, trazê-lo para o centro da narrativa e inverter a perspectiva a que estamos acostumados já é uma espécie de inovação.
No primeiro episódio somos apresentados ao protagonista e seus dois irmãos, Albert e Louis. Logo de cara dá para perceber que, apesar de serem nobres, eles não parecem gostar muito da divisão social que existe na Grã-Bretanha dos séculos XIX~XX. Moriarty em particular parece desafiar as convenções sociais do que é “certo” e “errado”. Sabemos, por exemplo, que justiça e vingança não são a mesma coisa e há uma longa discussão sobre isso na história do Direito. Ciente disso, Moriarty ainda assim se dispõe a ajudar uma das vítimas do caso em questão a conseguir sua vingança e praticar o “crime perfeito”. O que levou Moriarty a propor esse desfecho? O que o motiva a ajudar essas pessoas? Que tipo de embate haverá entre ele e Sherlock Holmes? Estou ansiosa para descobrir.
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Que bom‼️‼️‼️
Você não aceita absurdos nas legendas,assim como eu.
Sabe,errar e humano mas tem coisas que “passam do ponto”
Agora que vi sua opinião,gostaria de manter contato para desenvolver algo relacionado a animes/mangas online,gostei do comentário ele vem de alguém que entende oque diz, é bem vivo,sabe❓❓❓
Se houver um insta seu sobre animes/mangá deixo aqui o meu,entre em contato
@senseid3
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