Primeiras impressões: temporada de inverno (2024)

Primeiramente a equipe do Rukh no Teikoku gostaria de desejar um Feliz Ano Novo para todos os seguidores do blog! Que 2024 seja o nosso ano e que ele nos traga ótimos animes para comentarmos — a começar por esta temporada de inverno se possível!

Nesta postagem vocês poderão conferir as nossas primeiras impressões de 30-sai made Doutei da to Mahou Tsukai ni Narerurashii, BUCCHIGIRI?!, Dungeon Meshi, Metallic Rouge, Sengoku Youko e Yubisaki to Renren.

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30-sai made Doutei da to Mahou Tsukai ni Narerurashii [Lucy]

Prefácio: fui imparcial assistindo o primeiro episódio de Cherry Magic! (como a obra é melhor conhecida no Ocidente) porque já gosto da franquia. Apesar de nunca ter lido o mangá, assisti o live action japonês há alguns anos, e estou acompanhando a versão tailandesa que está em andamento. Justamente por essa minha familiaridade com a história que eu não sei dizer se eles deram uma apressadinha nessa introdução, ou se sou eu que fui mal acostumada pelas versões em seriado. Digo isso porque as adaptações com as quais estou acostumada levaram um tempo para apresentar os personagens e suas rotinas antes de iniciar o conflito principal, enquanto que na primeira frase do anime, nosso protagonista Adachi já declara de imediato o funcionamento dos poderes telepáticos que possui.

Essas explicações fizeram um pouco de falta para mim, porque foram boas para estabelecer a dinâmica geral entre os dois antes mesmo do Adachi saber dos verdadeiros sentimentos do colega. Gosto da ideia de uma parte do casal já começar a história apaixonada, mas o Kurosawa parece um pouco sinistro em alguns momentos — comprar um pijama só para fantasiar sobre o seu crush é ter dinheiro à beça sobrando, né? Não culpo o Adachi por ficar em conflito sobre como lidar com essa paixão “secreta”. Novamente, como já sei os rumos que esse romance tomará, não estou muito preocupada, mas é algo que pode afastar alguém sem esse conhecimento.

Ou será que não? Porque apesar dessa escolha, ainda se sobressaem fortemente os momentos mais meigos do casal. Cherry Magic! tem um roteiro bem tranquilo, com foco em um romance simples porém divertido. A produção reflete esse espírito, de certo modo, mantendo-se contida e sem grandes floreios — tirando que deram uma bela caprichada para adaptar o character design do mangá, no melhor espírito bishounen. A princípio, estou satisfeita com a apresentação! Até porque sei que não será nada revolucionário, e sinceramente, nem espero isso — só quero mesmo reviver a fofura dessa história.

⭐⭐⭐

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BUCCHIGIRI?! [Lucy]

Olá! Aqui é a correspondente da Hiroko Utsumi para o Rukh no Teikoku. É com pesar que anuncio: não morri de amores à primeira vista por BUCCHIGIRI?!.

E olha que esse parecia ser um anime feito para mim! Ela é uma das minhas diretoras favoritas e a história tem a mesma base que um dos meus filmes favoritos de todos os tempos: a lenda de Aladdin. Gosto de histórias com delinquentes. A galhofa típica em Free! e SK8, que tanto amei nessas duas obras, continua presente. Mas dessa vez, por algum motivo, não me pegou. Talvez seja por falta de carisma dos personagens (só gostei do grandão gentil). Pode ser também pelo humor, que não faz o meu estilo — não achei nenhuma graça. O fato é que precisei me arrastar para terminar o episódio, e isso não me parece um bom sinal.

Bem, pelo menos é legal ver o MAPPA fazendo algo diferente de “mais uma adaptação da Shounen Jump”, ainda mais sendo um anime com grande apelo para o público feminino. Se bem que eu preferia ver o estúdio fazendo nada, sabe, pra deixar as equipes respirarem… Entretanto, já que estamos aqui, não posso perder a chance de elogiá-los: os cenários estão belíssimos, a animação vívida e cheia de movimento nos personagens. A cena de luta também teve um estilo incrível! Esse é um aspecto de BUCCHIGIRI?! que com certeza não precisaremos nos preocupar, e o que eu mais aproveitei no episódio.

Vou dar mais chances ao anime, porque vai que eu mudo de ideia depois que o enredo engrenar? Ainda vimos tão pouco, afinal, nosso Aladdin acabou de chegar na cidade e não conhece quase nada sobre ela ou os moradores dela. Tem potencial a ser trabalhado aqui — a batalha entre as gangues da escola, a verdadeira personalidade da única menina do grupo e como isso afetará o relacionamento dela com o protagonista, toda a adaptação a ser feita da temática de Mil e Uma Noites. E por que teve uma cena aleatória de um cara entrando num cabaré e solicitando uma menina chamada Jasmine? Por que o encerramento teve tamanha vibe de harém reverso? Será que o meu menino favorito vai ganhar mais destaque no próximo episódio para me prender um pouco mais? São muitas questões que podem mudar minha opinião sobre a obra. Espero que lá na frente eu possa falar que ela me ganhou a longo prazo… Mas a princípio, certamente não será uma prioridade para mim nessa temporada.

⭐⭐⭐

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Dungeon Meshi [Lucy]

Temos aqui o queridinho da temporada, até o momento: a adaptação de um mangá já terminado, bastante popular e elogiado. Nunca tive contato com Dungeon Meshi além de uma ou outra arte que passou por mim no Twitter; mas com tanta fama, era justo ter alguma expectativa, certo?

A primeira coisa que eu esperava já caiu por terra — e estou muito feliz por isso. Achei que seria uma série episódica, mas temos um enredo fixo! Acredito que se não fosse o caso, essa rotina de “cozinha-piada-come-piada-próximo cenário” ficaria cansativa depois de mais alguns episódios, e dificultaria muito mais o meu proveito. Ter algo que permita mais situações é ótimo, mas infelizmente essa premissa inicial — que deveria catapultar os desenvolvimentos — é carregada com zero senso de urgência, a meu ver. Nosso dilema trata de uma questão de vida ou morte, mas os personagens não parecem ver muita gravidade na situação. A princípio, o Laios parece ser o único realmente preocupado em salvar a irmã (e olhe lá). Não ajuda que não temos uma estimativa exata de quanto tempo levaria para o dragão digerir a menina, e isso só aumenta o desequilíbrio que sinto entre a situação e a escrita.

Sendo justa, entretanto, talvez eu esteja esperando demais de algo que é primariamente uma comédia. E nesse aspecto, inclusive, está tudo certo: o timing das piadas é bom, e a direção sabe como trabalhar com o material que tem. O estúdio Trigger raramente não justifica a boa fama que tem (em termos de animação, pelo menos), e apesar desse não ser o trabalho mais visualmente impressionante deles, está ainda muito bom para os padrões da indústria!

Dungeon Meshi tem potencial, e é claro que estou disposta a dar chances para algo tão aclamado. A abertura ao final do episódio mostra que em breve conheceremos novos personagens, e espero que isso queira dizer que o resgate será apenas um arco, não a meta final da história. Ainda pensando nos positivos, eu gostei bastante da construção do mundo. As partes mais interessantes no episódio foram justamente as descrições das receitas elaboradas com os monstros! A questão é que só isso não sustentará o anime inteiro, mas visto que teremos 24 episódios, é tempo o suficiente para desenvolver bastante coisa… Em resumo, tive uma boa primeira impressão! Só faltou um pouquinho de tempero (ha) para mim.

⭐⭐⭐ ½

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Metallic Rouge [Ana]

Metallic Rouge é uma obra original, lançada em comemoração aos 25 anos do estúdio BONES. Acho que de cara a estética e a animação foram as coisas que mais me chamaram a atenção já que a gente chega no primeiro episódio sem saber muita coisa sobre o universo do anime, e sai dele talvez mais confuso do que quando chegou.

É impossível não notar algumas influências de Carole & Tuesday, que também teve seu lançamento comemorativo aos 20 anos do estúdio em 2019 (sim, meus amigos, isso foi há cinco anos!). Ambas são obras futuristas e se passam em Marte, e não é à toa já que têm o mesmo diretor, Motonobu Hori. No entanto, Metallic Rouge vai para um lado bem mais sci-fi do que sua antecessora.

Basicamente sabemos que em algum momento do futuro, humanos e androides coexistem, e que Rouge é uma garota androide que está em missão em Marte para assassinar nove androides que são superpoderosos e uma ameaça ao governo. No início vemos que Rouge trabalha como assistente da superestrela Sara Fitzgerald, a mesma que mais pro fim do episódio é alvo de um misterioso robô, e entra em batalha com a própria Rouge, ambas assumindo suas armaduras mecha.

Eu sinceramente sempre fico meio com o pé atrás com mecha, ainda mais quando somos inseridos em um universo completamente diferente e que poucas coisas são explicadas. Sabemos que os androides precisam da injeção de um fluido, chamado de Néctar, que também pode ser usado por humanos como uma droga poderosa. Aparentemente esse Néctar os mantém vivos e também já foi motivo de conflito nesse primeiro episódio.

Por fim, mas não menos importante, Rouge conta com uma parceira humana, Naomi, que operava um pássaro robô que mediava a comunicação entre humanos e androides. As duas formam um dupla interessante na qual Naomi atua como uma espécie de detetive e Rouge, apesar de aparentar uma certa ingenuidade, acaba sendo a “executora” da missão.

Acredito que vamos acabar compreendendo mais do universo de Metallic Rouge com o passar dos episódios, eu vejo um potencial aqui, ao menos de termos cenas de ação bem animadas.

⭐⭐⭐ ½

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Sengoku Youko [Ana]

Devo dizer que comecei Sengoku Youko sem esperar muita coisa e mesmo depois de ver o primeiro episódio ainda não boto muita fé. Acho que é cedo pra dizer que não gostei, até foi divertido assistir ao episódio, porém ainda não teve algo que realmente me cativasse. Acredito que a decisão de fazerem 3 cours tenha sido para adaptar a obra toda de uma vez, embora eu deva confessar que quando vi a quantidade de episódios me perguntei se quero mesmo passar por 37 assistindo isso, mas vamos lá…

Sengoku Youko mistura elementos de fantasia e mitologia e no seu universo existem humanos e monstros katawara que coexistem, mas de forma não muito harmoniosa. Logo de início somos apresentados a uma dupla de meio-irmãos em que Jinka é um humano e Tama — a personagem mais carismática do anime — é uma katawara, e a irmã mais velha apesar de não aparentar. Os dois possuem sentimentos conflitantes em relação aos humanos, enquanto Tama os ama e quer protegê-los, Jinka os odeia.

Em um determinado dia, ambos acabam por encontrar Shinsuke, um espadachim covarde que busca ajuda para se tornar forte e relutam em ficar com ele inicialmente. No entanto, descobrem que um grupo de katawara está tentando transformar humanos em katawara e isso acontece com Jinka, forçando-o a beber o sangue de Tama para realizar sua transformação espiritual. Assim o trio recém-formado estará em busca de derrotar esses grupos de bandidos porque, apesar das divergências, querem que o mundo se torne um lugar melhor.

Acho que é quase impossível ver outra obra do Mizukami Satoshi sendo adaptada e não ficar com medo de que o mesmo desastre que foi Hoshi no Samidare aconteça, mas apesar do visual e animação aqui serem simples, aparentemente está funcionando para o propósito e espero que se mantenha até o fim da adaptação.

⭐⭐⭐

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Yubisaki to Renren [Mari]

Após o enorme sucesso do remake de Fruits Basket, seguido pelas excelentes adaptações de Watashi no Shiawase na Kekkon e Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru, e agora este espetáculo que foi a estreia de Yubisaki to Renren, me parece seguro afirmar que estamos inaugurando uma nova era onde o shoujo finalmente está sendo tratado com o carinho que merece! Torço para que daqui pra frente a situação da demografia em anime melhore cada vez mais.

(Se isso for um sonho, por favor, não me acordem.)

Yubisaki to Renren conta a história de Yuki, uma universitária que convive com a surdez desde seu nascimento, e Itsuomi, um rapaz poliglota que adora viajar pelo mundo. Os dois frequentam a mesma universidade e ele faz parte do mesmo clube que Rin, melhor amiga de Yuki. O primeiro episódio trata de nos mostrar um pouco do cotidiano de Yuki e como ela vê o mundo. É num dia qualquer que Yuki conhece Itsuomi — ele resolve ajudá-la com um estrangeiro no transporte público e ela fica imediatamente encantada por ele. É a primeira vez que Yuki começa a desenvolver sentimentos românticos e, com a ajuda de Rin, ela passa aos poucos a se aproximar do seu crush.

O relacionamento entre a Yuki e o Itsuomi é muito bonito desde o início, pois Yuki não permite que sua deficiência a impeça de sair da sua zona de conforto (mesmo que ela precise de um empurrãozinho de vez em quando). Assim como ela tomou a decisão de ir para a faculdade, ela também decide ir atrás do seu amor. Itsuomi, por sua vez, demonstra estar disposto para fazer o que for necessário para construir uma boa relação com Yuki, desde facilitar a leitura labial a aprender a língua de sinais, além de compartilhar com ela suas experiências. Mesmo pertencendo a dois mundos completamente diferentes, os dois se encontram, e eu estou muito ansiosa para ver como será o desenrolar dessa interseção.

Como mencionei no primeiro parágrafo, a adaptação de Yubisaki to Renren em termos técnicos é um espetáculo — não tenho dúvidas de que esta foi a estreia mais visualmente impactante da temporada. A única coisa que eu tinha achado meio esquisita no início foi o design dos lábios, especialmente o do Itsuomi, mas não demorou muito para eu me acostumar. Acredito que seja importante dar destaque a essa parte do corpo considerando que ela será mostrada com frequência na história. Além disso, não entendi muito bem a função do aparelho auditivo da Yuki, pois ele não parece fazer com que ela ouça som algum, mas talvez tenhamos uma explicação quanto a isso mais pra frente (eu espero, pelo menos). Seria estranho se fosse apenas uma questão estética.

Por fim, como ouvinte, não sei dizer o quão fiel é a retratação da experiência da Yuki, então adoraria saber o que nossos seguidores não-ouvintes acham dela. Se for o seu caso, fique à vontade para nos deixar um comentário! 🙂

⭐⭐⭐⭐⭐

2 comentários em “Primeiras impressões: temporada de inverno (2024)

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