Impressões finais: Temporada de Primavera (2017)

topoAttack

Esse texto foi originalmente postado em 26 de junho de 2017

Meio ano já virou história. Junto dele, a temporada de primavera de 2017 também chegou ao fim. Como Sakura QuestRe:CREATORS, possivelmente os dois melhores títulos dessa spring season, terão dois cours, discorreremos sobre eles em uma próxima oportunidade. De resto, ficamos apenas com títulos medianos. São eles: Granblue Fantasy The AnimationKabukibu! e Zero kara Hajimeru no Sho. Fora estes, escreveremos também sobre a segunda temporada de Shingeki no Kyojin e a terceira temporada de Yowamushi Pedal.
Esperamos que gostem!

Granblue Fantasy The Animation [Mari]

Honestamente, não tenho muito o que falar sobre a adaptação de Granblue Fantasy The Animation. A obra não passa de uma história de fantasia genérica com um traço levemente diferenciado que eu só peguei pra ver porque a Sawashiro Miyuki está no cast. Entretanto, com isso não quero dizer que Granblue Fantasy é ruim – apenas que ficou dentro das minhas expectativas e que, apesar disso, não é algo que eu recomendaria.

De pontos positivos, além da música de abertura, eu gostei da maioria dos personagens individualmente. O Gran é um protagonista que não faz você passar raiva, a Lyria é fofinha, a Katalina é um mulherão da porra e o Rackam é um tiozão bacana. De pontos negativos, eu diria que a personagem Io não mesclou muito bem com o elenco principal do anime (e a voz dela é extremamente irritante). Além disso, os recursos narrativos utilizados na tentativa de fazer humor ficaram eventualmente cansativos – por exemplo, o Rackam e a Io brigando o tempo todo porque um não quer ser chamado de “tiozão” e a outra não quer ser tratada como uma “criança” (quando ele É um tiozão e ela É uma criança). Na primeira vez pode ter sido engraçado, na segunda você pode até ter esboçado um sorrisinho, mas a partir da terceira o negócio já ficou insuportável.

O enredo em si também não é nada de muito especial: basicamente seguimos o dia a dia das aventuras de Gran e seus amigos enquanto eles estão a caminho da ilha onde esperam encontrar o pai do protagonista. De ilha em ilha a história constrói mini-arcos, mas é só isso. O último episódio substituiu o Gran por uma outra personagem, mostrando de que outra forma o enredo poderia ter se desenrolado, e foi praticamente uma forma de dizer “jogue o jogo, otário” se quiser descobrir o que acontece depois. Acompanhar Granblue Fantasy não foi uma experiência ruim, porém não é algo que eu assistiria novamente.

7.0/10

KABUKIBU! [Mari]

Eu vim aqui pra fazer justiça a Kabukibu! porque a obra não merece aquele 5.9 que consta no MyAnimeList enquanto redijo esta postagem. Basta dar uma olhada no Seasonal Chart que você encontrará adaptações muito piores (Clockwork Planet, Fukumenkei Noise, Sin: Nanatsu no Taizai, entre outros exemplos) com notas mais altas. Por que o hate com Kabukibu?

Eu entendo a decepção de quem foi assistir a obra esperando um novo Rakugo porque obviamente não foi isso que as pessoas encontraram, porém já argumento que essa expectativa era vazia desde o começo, afinal, essa é uma história sobre um grupo de colegiais que gostam de kabuki – não uma representação da arte (profissional) de fazer kabuki. É sobre como kabuki pode ser divertido e como as pessoas precisam parar de assumir que artes tradicionais são chatas por serem antigas quando elas nunca foram de fato assistir a um show.

No decorrer da minha experiência assistindo a Kabukibu!, não encontrei nada que fosse incrivelmente ruim. A animação é OK, assim como  plot e os personagens em si. É claro que a obra faz uso de arquétipos (sobretudo quando envolve personagens como a Kaoru ou o Hanamichi) e nem de longe foi brilhantemente escrita, mas como um anime escolar e como uma forma de aprender mais sobre uma das grandes artes tradicionais japonesas, funciona. Em outras palavras, a obra cumpre aquilo que promete e por isso eu não acredito que uma nota tão baixa seja justificável.

7.5/10

Shingeki no Kyojin 2nd Season [Mari]

De longe o título mais aguardado dessa temporada, reaparecendo após quatro longos anos de espera. Bem, o que podemos dizer da segunda temporada de Shingeki no Kyojin? Analisemos por partes. Houve melhora em termos de produção? A história foi bem adaptada? Veremos uma continuação? Procurarei responder essas perguntas nos parágrafos seguintes.

Primeiramente, todos sabem que a produção da primeira temporada de Shingeki no Kyojin foi uma bagunça – isso se deve em grande parte pelo fato do prazo de entrega entre um episódio e outro ser curtíssimo e portanto gerar uma corrida incalculável contra o tempo. Nota-se, principalmente, que a produção de uma obra está desmoronando quando erros começam a surgir um após ao outro – sejam eles de animação, execução ou até mesmo atraso na entrega dos episódios. Tenho certeza que vocês já viram por aí screenshots da primeira temporada de SnK onde os personagens aparecem deformados e tudo mais, e que não demoraram muito a viralizar considerando o tamanho do sucesso da obra. Por essa razão, o WIT Studio tentou fazer algo diferente dessa vez, a começar pela decisão de fazer uma segunda temporada de apenas 12 episódios, e buscando utilizar o método de produção in-house. Deu certo? Até certo ponto, sim.

A animação de Shingeki no Kyojin 2 é visivelmente superior a da primeira temporada, com uma melhor execução e o acréscimo do uso de makeup animation. Entretanto, próxima aos episódios finais, a coisa começou a desmoronar novamente. O kViN, roteirista do Sakuga Blog, analisou cada episódio da segunda temporada individualmente e ele possui muito mais propriedade para falar sobre esse assunto do que eu, portanto recomendo que os interessados deem uma conferida nas postagens dele.

Duas coisas me incomodaram em Shingeki no Kyojin 2: o excesso de diálogos expositivos (principalmente no episódio focado na conversa entre Reiner, Bertholdt, Ymir e Eren) e aquele titã colossal horroroso em CG (não precisa fazer muito esforço para perceber que ele não mesclou com o resto da cena). Apesar disso e dos problemas de produção, a adaptação não ficou ruim. Na verdade, como vimos anteriormente, conseguiu até superar a sua predecessora, ainda que possua visivelmente menos impacto. Um pouco disso tem a ver com o material original, mas não podemos esquecer também que em 2013 as pessoas já soltavam spoilers a torto e a direito de quem eram Reiner e Bertholdt, por exemplo, o que obviamente não gerou nenhuma surpresa em 2017.

Por fim, quanto à continuação, ela já foi confirmada para 2018. Torçamos para que o WIT Studio não nos enrole mais uma vez e que eles consigam consertar os erros de produção em Shingeki no Kyojin 3.

8.0/10

Yowamushi Pedal: New Generation [Ana]

Quem acompanhou as temporadas de anteriores de YowaPeda já deve estar acostumado com o ritmo do anime. Esses 25 episódios nos mostraram os treinos e os momentos pré-competição, assim como a primeira parte do Inter High (e já adianto que o alívio veio com o anúncio da 4ª temporada, porque com certeza temos muita coisa pela frente). Da parte técnica não tenho muito a comentar, pois acredito que a animação foi boa e se manteve constante, por isso comentarei mais sobre outros aspectos.

Logo no início tivemos imagens de dor e sofrimento ao se definir o time para o Inter High. A disputa maior era sobre quem seria o 6º membro da Sohoku, já que estava praticamente estabelecido que Teshima, Aoyagi, Imaizumi, Naruko e Onoda seriam participantes. Com isso tivemos a vitória de Kaburagi, um aluno do primeiro ano, e consequentemente outros ficaram de fora, como seu próprio companheiro Danchiku, e o veterano Koga. Além disso, tivemos um conflito interno do Naruko, que ao disputar com o demôn… ops, Midousuji, e perder, decidiu que não seria mais um velocista. Até o momento, esse fato não teve grandes implicações a não ser fica de fora da disputa dos velocistas no Inter High. No entanto, pudemos ver o Aoyagi e o Kaburagi assumindo esse posto.

Confesso que o início estava sentindo falta dos personagens do terceiro ano anterior, mas com o passar dos episódios, fui me acostumando com nova formação da Sohoku. Embora eu não tenha me cativado totalmente com o Kaburagi, acho que ele tem potencial, principalmente como velocista, embora nem ele saiba disso. Alguns personagens como o Imaizumi ficaram meio apagados (mas acredito que serão mais explorados na próxima temporada). Em contrapartida, acredito que o anime fez um trabalho excelente no desenvolvimento do Teshima. Quando ninguém acreditava, ele estava lá mostrando uma determinação e um esforço incríveis ao disputar a subida da montanha com ninguém menos que Manami, e como sempre nos deixando muito apreensivos nos quilômetros finais para saber se ele é mesmo capaz de detê-lo, se o Onoda vai aparecer em algum momento ou se dessa vez a Sohuku não vencerá.

Novamente, o Onoda acabou ficando para trás na corrida e se mostrou altamente capaz de se recuperar na disputa, motivado pela abertura (agora da segunda temporada) de Love Hime, até se deparar com Midousuji e suas tentativas de manipulação. Sério, como um personagem consegue ser tão detestável? Inclusive, tirando o Doubashi e o Manami, também não vimos muito da Hakone, e acredito que além do incansável Midousuji, eles darão mais trabalho posteriormente. Finalmente posso dizer que já estou ansiosa para a próxima temporada.

8.0/10

Zero Kara Hajimeru Mahou no Sho [Ana]

Logo de início eu já não esperava que esse anime fosse algo muito grandioso, e certamente pra mim não foi. Não o considero ruim, mas acho que faltou algo que prendesse de fato, uma certa emoção aos acontecimentos. Embora a obra tivesse elementos de fantasia e aventura, sua narrativa se desenvolveu de forma mais lenta do que eu esperava.

Os personagens até que são interessantes e o anime foca principalmente em suas interações, como a de Zero com o Mercenário, e em como não faz sentido essa questão de ser “inimigo natural” de alguém que você nem conhece só porque ele é uma bruxa ou um bestial, embora haja todo um histórico do porquê os bestiais são temidos pela sua natureza e por que as bruxas não devem ser confiáveis (essa parte mais por ignorância do que qualquer coisa). Com base nisso é que se estabelece uma relação de amizade entre os dois, mesmo que para chegarem a esse ponto, foi necessário passarem por momentos de conflito.

Além disso, temos Albus, que no decorrer do anime se revela como neta de Sorena e que até então não se sabia sua identidade, se passando por um menino. Inclusive esse foi um dos episódios que mais gostei, já que exploraram a história da personagem e os outros perceberam que ela era a pessoa que eles indiretamente procuravam, já que era próxima do ladrão do Grimório. Adicionalmente tivemos Holdem, que era bestial de Sorena e um ex-nobre, e que agora tem a função de cuidar da Albus, se juntando ao grupo.

No decorrer do anime também nos é revelado Thirteen – que com um nome desses não poderia ser boa coisa – sendo introduzido como um velho conhecido de Zero, que colocou caos ao mundo, perseguindo seus próprios irmãos, enganando a nossa protagonista. Infelizmente, apesar do aumento de cenas de ação e tensão do anime, foi totalmente previsível a revelação de que o Thirteen era o ladrão do Grimório, embora ele também tenha uma certa obsessão com a garota e não apenas com seu conhecimento. Além disso, a sugestão de que para acabar com o problema da perseguição dos bruxos pelo Estado seria o fim de toda a magia é algo bem genérico.

Devo dizer que além da execução das cenas diversas vezes não serem das melhores, como eu citei anteriormente sobre a falta de emoção, a animação também não foi umas mil maravilhas, cometendo alguns deslizes, principalmente em cenas de ação. Por fim, para algo do gênero foi legal de acompanhar, melhor do que algumas obras por aí, mas ainda assim bastante mediano.

7.0/10

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