Impressões finais: temporada de outono (2021)

Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou. Nesses novos dias, as alegrias serão de todos, é só querer. Todos os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou. Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser, quem vier… ♪

Ficaram com a musiquinha na cabeça? Espero que sim. Como este belo hino de final de ano indica, estamos encerrando a nossa última cobertura de temporada de 2021. Nesta postagem vocês encontrarão as nossas impressões finais de Blue Period, Komi-san wa, Comyushou desu., Sankaku Mado no Sotogawa wa Yoru, SELECTION PROJECT, Shiroi Suna no Aquatope e Taishou Otome Otogibanashi.

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Blue Period [Mari]

Apesar de todo o meu entusiasmo com o primeiro episódio de Blue Period, é com pesar que informo que terminei esta temporada com sentimentos conflitantes. Embora a história em si tenha permanecido excelente do começo ao fim, a parte visual do anime – que já não era lá essas coisas – apenas decaiu com o desenrolar da trama. Nas palavras de Kevin, do Sakuga Blog:

“Em um mundo melhor, Blue Period estaria bem no topo deste post [sobre animes para ficar de olho na temporada de outono], comemorando que uma série excepcional recebeu o tratamento que merecia. O mangá é um mergulho fascinante na busca por uma carreira artística, com um sentimento palpável de autenticidade reforçado por detalhes como o uso constante de obras produzidas por estudantes de arte, mas também uma narrativa muito convincente sobre as dificuldades de correr atrás do que você ama e que pode extrapolar facilmente para outros campos [grifo nosso]. No papel, sua equipe deveria ter sido capaz de enfrentar o desafio; [Blue Period] tinha uma equipe muito sinérgica liderada pelo diretor-chefe Koji Masunari e velhos conhecidos dele, e até mesmo o aspecto da arte estava em boas mãos com a equipe de Aoshashin – os mesmos fazendo um trabalho espetacular no Ousama Ranking. Na realidade, as coisas desmoronaram imediatamente, pois foram claramente apressados e o estúdio Seven Arcs não foi capaz de oferecer uma rede de segurança adequada. Faça um favor a si mesmo e leia o mangá.”

Eu concordo em gênero, número e grau com o Kevin, e destaco a parte grifada. Eu não sou artista, então eu não tinha ideia de muitas das coisas que aprendi enquanto acompanhava a história de Yatora e seus amigos, mas ainda assim eu pude me identificar em vários momentos com a trajetória percorrida por eles. Algo que me pegou bastante e que eu inclusive já comentado nas minhas primeiras impressões é que às vezes é muito difícil conseguir viver daquilo que você ama. Hoje, formada em Relações Internacionais, eu às vezes me pergunto se tomei a decisão certa quando escolhi cursar esta faculdade. É o que eu gosto e eu definitivamente não sinto que foi uma perda de tempo, porém o meu emprego atual não tem praticamente nada a ver com aquilo que eu estudei. Eu queria continuar na academia, queria ser pesquisadora, mas infelizmente no Brasil isso não é uma profissão, e eu precisava de algo que pagasse as minhas contas, então fui por outro caminho após concluir o meu bacharelado. Toda aquela coisa sobre ser medíocre e estar competindo com gênios também é muito real para quem convive com a Síndrome do Impostor.

Mesmo para quem não é artista, Blue Period é um grande tapa na cara, mas é isso que torna a obra tão boa: a realidade é dura, porém dentro desse universo nos é permitido sonhar, e nós acabamos por torcer pelos nossos protagonistas. Espero que este tenha sido apenas o primeiro passo em direção a um futuro brilhante por parte de Yatora e companhia!

8.0/10

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Komi-san wa, Comyushou desu. [Ana]

Em breve.

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Sankaku Mado no Sotogawa wa Yoru [Lucy]

Boa parte das minhas preocupações com esse anime foi sanada. A animação mantém mais ou menos o mesmo nível ao longo dos episódios — melhor ser medíocre o tempo todo do que começar bem e cair aos pedaços no final, né? A relação entre Mikado e Hiyakawa melhorou bastante e não levou muito para eu começar a torcer para o casal. Uma questão importante, no entanto, não deu pra se salvar. Não é preciso ser bom de conta para concluir que adaptar dez volumes em doze episódios não é uma boa ideia. O resultado disso é uma adaptação completa em teoria, mas na prática…

Eu acabei gostando bastante de Sankaku Mado, mais do que eu esperava ao final do primeiro episódio. Depois dos primeiros dois ou três episódios, os exorcismos “sensuais” porém duvidosos ficaram de lado em prol do desenvolvimento do roteiro. As metáforas com poderes espirituais passaram a ser usadas para tratar de relacionamentos interpessoais, expressando os sentimentos dos personagens. A resolução, como dá pra imaginar, ficou corrida, dando um ar de “final aberto”. Isso não me incomodou muito, visto que eu gosto de finais assim, mas teve um ponto em particular que me frustrou.

A relação entre os protagonistas termina num ponto um tanto estranho. É um anime declaradamente BL, mas são poucas as indicações de romance entre o casal principal! Nos últimos episódios, estava assistindo pensando “bem, depois disso tudo eles vão ficar juntos, né? Eles tiveram um bom desenvolvimento e agora sim estão na mesma página, o anime deve terminar com eles se declarando, ou firmando namoro, ou algo assim.” Não. Não ocorre nada. Os outros personagens sempre pressupõem que eles são um casal, e pelo visto o público precisa fazer o mesmo. O espectador mais distraído pode acabar achando que se tratava apenas de fanservice (não só pode, como já tem gente achando isso em alguns fóruns por aí). Não sei se isso ocorre no mangá ou se é uma decisão da adaptação por algum fator externo, mas não deixa de ser um pouco decepcionante.

Olhando pelo lado positivo, eu gostei dos personagens secundários — isso se é que dá pra chamar a Erika de “secundária”, visto que ela é quem coloca a história em movimento. Por mais que isso possa ter atrapalhado o desenvolvimento do casal principal, eu também curti o foco nos relacionamentos platônicos e familiares! Romances que abordam a vida pessoal dos protagonistas além da relação com o interesse amoroso sempre me agradam. Se eles tivessem conseguido balancear as coisas, seria fantástico, mas seria necessário pelo menos o dobro de episódios para chegar nesse equilíbrio.

Pelo menos o anime cumpre sua função como propaganda: a adaptação me interessou, mas não me agradou o suficiente para eu ficar satisfeita. Ao montar um panorama geral, por mais que eu veja mais positivos do que negativos, recomendaria aos interessados que pulem direto para o mangá, tal como eu planejo fazer em breve. Mesmo assim, pelo menos o anime deu pro gasto.

7.0/10

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SELECTION PROJECT [Lucy]

Você gosta de melodrama? Você gosta de entretenimento acima de tudo, mesmo que precise desafiar o senso comum? Você gosta de relacionamentos “de rivais a amantes”?

Eu tenho o anime certo pra você! Se você também gostar de idols, é claro.

Lá no início da temporada, descrevi Selection Project como “o tipo de obra que você sabe bem o que vai encontrar se decidir assistir.” Eu não podia estar mais enganada. Eu estava terrivelmente equivocada. Sim, as músicas são decentes; sim, as meninas são fofas e o Doga Kobo tá sim de parabéns novamente; mas não importa quais poucas expectativas eu tivesse, nunca poderia prever que na metade do anime eu estaria me planejando para fazer oficialmente meu cadastro como doadora de órgãos.

(Aliás, graças a isso descobri que não existe esse cadastro no Brasil. Até é possível fazer uma carteirinha, mas se você quiser ser doador, por favor, deixe isso claro para sua família!)

Merchandising social à parte, Selection Project é uma chuva de forçação de barra e drama pastelão. Temos familiares mortos, crianças doentes porém sonhadoras, quase tantas reviravoltas quanto você está imaginando, e o poder da amizade prevalecendo acima de tudo, até mesmo da lógica. Sem contar as acusações de plágio! Não tenho muito espaço para falar do elefante branco que são as semelhanças com Idoly Pride, lançado há menos de um ano, mas são o suficiente para serem notadas logo de cara. Até eu, que só vi um episódio do “plagiado”, reparei que tinha algo estranho aqui. Prefiro acreditar que seja apenas uma série de coincidências infelizes, já que o espaço de apenas seis meses entre as duas produções não dá tempo o suficiente para acontecer uma cópia tão descarada.

Tratando dos méritos próprios do anime, não focaram tanto quanto eu queria no aspecto “reality show” (acho que é aqui que eu revelo que gosto muito de realities de competição de idols — para a surpresa de poucos, imagino). Há alguns segmentos que mostram o programa para nós, mas esses trechos só me fizeram imaginar o quão interessante seria um anime estruturado como um reality show em si, em vez de usá-lo como plano de fundo, mostrando os bastidores. Pode ser que isso seja uma má ideia e a execução seria desastrosa? Sim! Mas eu adoraria ver alguém tentar fazer isso.

Talvez isso até me ajudaria a gostar um pouco mais do grupo como um todo, porque além das duas namoradinhas protagonistas, senti um pouco de falta de foco nas outras meninas. Elas até ganham dois episódios para si entre os primeiros, mas mesmo nesse momento, elas precisam dividir o holofote entre si mesmas, já que estão divididas em grupos. Simpatizei com todas, mas ainda as acho unidimensionais, indo pouco além de tropes ambulantes. Até mesmo a dupla principal, com todo o seu drama e desenvolvimento interpessoal, no fim me pareceu genérica. Focaram tanto no enredo central que faltou profundidade às personagens, normalmente algo essencial nos animes do gênero. O laço de amizade entre as nove ainda é tangível e eu achei a união delas fofa, mas fiquei com a sensação de que ficou faltando algo.

Juro que por mais que não pareça, não tenho nada contra Selection Project. Não sei se assistiria algum futuro OVA, e certamente não tenho interesse em jogar o inevitável gacha que deve sair da franquia, mas eu até que curti minha experiência com o anime. Só acho que tinha potencial para ser bem mais.

E olha, se eu tivesse uma moeda para cada vez nessa temporada que eu shippei duas meninas só para elas acabarem tendo algum tipo de paralelo relacionado a serem como irmãs, eu teria duas moedas. O que não é muito, mas é estranho que isso tenha acontecido se eu só assisti uns três animes. Valeu pelos trocados, Aquatope!

6.0/10

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Shiroi Suna no Aquatope [Mari]

Falar sobre Shiroi Suna no Aquatope é difícil, pois muitas coisas aconteceram no decorrer desses 24 episódios. Embora o anime tenha começado com o fim do sonho da Fuuka, que abriu mão da carreira de idol e não precisou de muito para decidir que tentaria salvar o aquário Gama Gama ao lado de Kukuru, cujo sonho era mantê-lo vivo, acabamos por ter um desfecho relativamente rápido nesse sentido. Quem achava que as duas garotas conseguiriam milagrosamente salvar o aquário [voz do Faustão] ERRRRRRRRROU, pois a realidade tratou de dar-lhes uma portada na cara. No fim das contas, Aquatope foi muito mais uma história de reconstrução (em todos os sentidos) do que de salvação.

Algo que eu gostei bastante na narrativa foi a diversidade de temas abordados. O que inicialmente era uma jornada para salvar apenas os animais que viviam no aquário Gama Gama se tornou uma discussão mais ampla sobre questões ambientais e influência humana. Aquatope também teve coragem de tocar em temas geralmente pouco falados, como ser mãe solo em um ambiente de trabalho que exige uma enorme dedicação por parte da mulher. O sistema capitalista é duro com todo mundo, mas especialmente com as mães solo (ainda mais em um país que não tem CLT). Aliás, mães solo estão frequentemente abaixo da linha da pobreza no Japão:

In One of the World’s Richest Countries, Most Single Mothers Live in Poverty [Num dos países mais ricos do mundo, a maioria das mães solo vivem na pobreza]

Japan Is No Place for Single Mothers [O Japão não é lugar para mães solo]

Japan’s Struggling Single Mothers Expose the Flaws of Womenomics [As dificuldades das mães solo no Japão expõem as falhas do Womenomics]

Eu também gostei de como não forçaram a relação do Kai com a Kukuru. Embora ele claramente gostasse dela, a Kukuru nunca demonstrou nenhum tipo de interesse romântico por ele, e felizmente a roteirista não fez com que eles ficassem juntos no final só porque eles formariam um casal hétero quando a protagonista em questão desenvolveu um laço muito mais significativo com outra personagem feminina (tô de olho em você, Hibike! Euphonium). Ainda que o estúdio P.A. Works tenha sido um pouco covarde ao não confirmar explicitamente o casal, eu estou convencida de que Fuuka e Kukuru foram escritas para serem interpretadas como tal. Aquela ladainha de “irmã” foi só pra desviar o foco, mas não colou. Se eles realmente queriam que enxergássemos as duas como irmãs, eles não teriam feito questão de colocar uma cena no episódio final sobre como no mundo dos pinguins o amor é livre e não há preconceito com casais homossexuais, ou casais que tenham uma diferença significativa de idade, ou até mesmo triângulos amorosos. Essa cena é seguida por uma reação de Kai, que se mostra surpreso, porém bastante compreensivo, e isso me faz pensar que ele apoiaria a relação da Fuuka e da Kukuru se isso fosse fazer a Kukuru feliz. O reencontro das duas no final, o abraço apertado, os olhares… só não vê quem não quer. Fuuka e Kukuru são um casal e ninguém será capaz de me convencer do contrário!

Apesar de haver uma certa romantização sobre como é a vida marinha em aquários e toda a questão ética envolvida quando se escolhe retirar animais de seu habitat natural, a mensagem que a obra deixa é de que talvez precisemos repensar nossos hábitos, nos informar mais sobre o que está acontecendo com o nosso planeta, e que nem sempre o nosso trabalho duro resultará na realização dos nossos sonhos, mas às vezes… só às vezes… em um mundo onde não há respostas ou soluções prontas para todos os problemas, pode ser que a jornada realmente seja mais importante do que o destino final.

8.5/10

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Taishou Otome Otogibanashi [Ana]

Taishou Otome Otogibanashi com certeza não é o título que chama mais atenção na temporada, mas ainda assim foi algo que valeu a pena acompanhar. Esse é um anime que consegue ser leve e divertido, mas também tem certas adversidades, o que não deixa um clima monótono, embora seja a fofura que prevaleça no final.

Assim como já comentei em minhas primeiras impressões, novamente trago aqui a questão de ser um romance histórico e de como é horrível ver que as mulheres eram tratadas apenas como uma mercadoria ao serem vendidas por suas famílias pobres para serem esposas de alguém, esse é um ponto que me pega um pouco, mas vejo que apesar disso, a mensagem que Taishou Otome traz é muito mais positiva.

Tamahiko era um jovem pessimista que fora basicamente rejeitado pela família após o acidente que o fez perder o uso de sua mão direita e que também causou a morte de sua mãe. É triste ver que até o final da história, o pai e a irmã mais velha continuam tratando o Tamahiko como alguém inútil e a desgraça da família, no entanto é muito bonito ver o quanto, apesar disso, Tamahiko agora vê a vida de outra maneira e é muito grato por todas as pessoas que conheceu e com quem fortaleceu laços naquele período, e tudo isso começou a partir dela: Yuzuki.

Yuzuki sempre conseguiu ver as coisas de maneira positiva e acreditou em Tamahiko quando ele mesmo ainda estava preso naquela visão do pai. Aos poucos Yuzuki não apenas foi conquistando Tamahiko, mas também mudando todos a sua volta, a começar pela irmã mais nova dele, Tamako, que era extremamente esnobe, mas ao passar alguns dias convivendo com eles se tornou uma pessoa disposta a ajudar os outros, tanto que decidiu seguir os passos do tio e ser médica a partir daí. De forma um pouco mais gradual, algo semelhante aconteceu com Ryou, que a princípio causou um atrito entre Tamahiko e Yuzuki ao roubar um presente que ela havia feito a ele e tinha todo um significado e um valor sentimental. Depois de fazer tudo só pra causar mesmo, a convivência fez com as relações entre Ryou e o casal partissem para algo muito mais amigável e vimos que Ryou é uma pessoa que faz o possível pelo bem dos seus irmãos.

Além disso, após o incidente com Ryou, Tamahiko passou ajudar seus irmãos e outras crianças com os estudos e pôde perceber que apesar de não poder usar a sua mão, ele não era alguém inútil e ainda podia ajudar os outros da sua maneira. Depois de um tempo, ele próprio voltou a frequentar o colégio e mesmo com toda a solidão e a dificuldade de fazer amigos devido a todo o estigma que ele carregava, Hikaru, que é um menino bastante expansivo e irmão de Kotori, uma cantora bastante conhecida, fez questão de se aproximar dele, ampliando ainda mais as amizades e a rede de apoio que Tamahiko adquiriu.

Claro que, por ser um romance não posso deixar de comentar de todos os momentos bonitinhos do casal. Mesmo sendo um relacionamento arranjado foi bem fofo ver os sentimentos genuínos gradativamente crescendo entre eles, além da analogia com as flores usada para descrever como Yuzuki se sentia em relação ao Tamahiko. Acho que a parte do “conto de fadas” entra um pouco no final, que embora não muito crível, mostra Tamahiko encontrando a Yuzuki desaparecida no meio de todo o caos de gente ferida, desabrigada e tudo mais, mostrando que não importa o que acontecesse, ele seria capaz de encontrá-la.

Por fim, a meu ver, a qualidade da adaptação se manteve bastante consistente. Como eu citei inicialmente, Taishou Otome soube dosar bem os momentos de conflito em meio à leveza e aos momentos engraçados. Acredito apenas que poderia ter sido explorado um pouco mais as questões do período histórico já que não é muito comum termos romances de época sendo adaptados, mesmo assim, a obra deixa uma mensagem muito bacana de que quando se tem o apoio de pessoas que acreditam em você, é possível contornar as adversidades que a vida proporciona. Terminei o anime amando todo mundo, quer dizer… quase, o pai e a irmã mais velha do Tamahiko poderiam morrer que não iriam fazer falta, de resto tenho só amores por Taishou Otome Otogibanashi.

8.0/10

Um comentário em “Impressões finais: temporada de outono (2021)

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