
3-gatsu no Lion
Triunfos, fracassos e crescimento pessoal.
Quando um complexo de inferioridade se torna sua motivação para alcançar seus objetivos.
All Out!! está sendo produzido por dois estúdios: Madhouse (Death Note, One Punch Man) e TMS Entertainment (D.Gray-man, ReLIFE). Por essa razão, tivemos uma estreia bastante sólida, tanto no quesito de animação quanto de roteiro e direção. Esse é o terceiro trabalho de Shimizu Kenichi como diretor, tendo se destacado principalmente no comando de Kiseijuu: Sei no Kakuritsu, considerado um dos melhores animes de 2014; enquanto Yokotani Masahiro (Hataraku Maou-sama!, Re:Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu) e Irie Shingo (Kuroko no Basket, Log Horizon) são os responsáveis pela composição e roteiro da série. Além disso, também temos Takanashi Yasuharu (Fairy Tail, Log Horizon) encarregado pela trilha sonora. Com essa equipe, podemos esperar uma obra de qualidade – pelo menos tecnicamente falando.
O primeiro episódio introduz os protagonistas: Kenji Gion, um garoto baixinho que possui um complexo de inferioridade por causa de sua altura, motivo pelo qual ele é ridicularizado por colegas, tratado como criança por adultos e, segundo ele, desinteressante para as meninas; e Sumiaki Iwashimizu, um garoto de quase dois metros que se destaca justamente por causa de sua altura, mas que, ao contrário do que se parece, é bastante tímido. Gion e Iwashimizu não possuem somente contrastes físicos, como também de personalidade, pois são completamente opostos. Ambos são estudantes do primeiro ano do ensino médio, porém enquanto Gion é um total novato no que diz respeito ao rugby, Iwashimizu já é um jogador experiente porque praticava o esporte no ensino fundamental.
Nesses primeiros 23 minutos da série, descobrimos que Gion vê no rugby uma oportunidade de se destacar entre a maioria e superar o seu complexo de inferioridade, demonstrando interesse e disposição para fazer parte do clube; Iwashimizu, por outro lado, está hesitante quanto a continuar jogando rugby no ensino médio devido a um incidente que ocorreu na época do ensino fundamental. Há um pouco de drama rolando ali, mas é certo que nossos protagonistas terão a chance de auxiliar um ao outro nessa caminhada rumo aos objetivos (os quais ainda não foram esclarecidos) que querem alcançar com o rugby.
Um ponto interessante a se destacar é que, embora o elenco de dubladores nos traga vários nomes de experientes da indústria (como, por exemplo, Osaka Ryota, Okamoto Nobuhiko, Ono Kensho, Hosoya Yoshimasa, entre outros), os protagonistas são dublados por novatos: Chiba Shouya (Gion) e Adachi Yuto (Iwashimizu).
No geral, o episódio deu conta de balancear a comédia e o drama, ainda que genérico, proporcionando uma boa dose de divertimento para quem estava assistindo. A abertura também é gostosa de ouvir, e pode ser conferida clicando aqui.
O que acontece quando guerreiros de diferentes períodos históricos são transportados para uma mesma era?
Drifters, como já era de se esperar, teve um início bastante violento. Do mesmo criador de Hellsing, Hirano Kouta, entre os 7~10 primeiros minutos de episódio fomos apresentados a uma sequência sanguinária da Batalha de Sekigahara, com destaque para Shimazu Toyohisa, nosso protagonista central. Depois, enquanto Toyohisa está a caminho de casa, ele é transportado para um corredor com infinitas portas, no qual um homem misterioso se encontra. Toyohisa questiona o homem, mas antes que possa obter respostas, ele é novamente transportado – dessa vez para outro mundo, onde ele encontra outros guerreiros como ele, porém de períodos históricos distintos. Com isso, conhecemos os outros dois protagonistas: Oda Nobunaga e Yoichi Suketaka Nasu. Os três são seres chamados de “Drifters” nesse novo mundo, e isso é tudo o que sabemos sobre a história até aqui.
O primeiro episódio não faz muito além de introduzir os protagonistas e situar os espectadores (que estão tão perdidos quanto Toyohisa). A animação do estúdio escolhido para a adaptação do anime, Hoods Drifters Studio, possui um estilo diferenciado do que estamos acostumados a ver (traços, cores etc), o que acaba sendo um ponto positivo para a obra, pois combina com a atmosfera de Drifters. Suzuki Kenichi (JoJo no Kimyou na Bouken) é o responsável pela direção, enquanto Kurata Hideyuki (Ore no Imouto ga Konnani Kawaii Wake ga Nai, Samurai Flamenco) e Kuroda Yousuke (Btooom!, Jormungand) são os encarregados pela composição e roteiro da série.
Não conseguimos dizer, apenas com o episódio de estreia, qual será o objetivo de Drifters. Entretanto, a obra definitivamente possui uma proposta interessante e pode ser que se desenvolva em algo legal. Por outro lado, a galera do Ocidente vai ter uma dificuldade maior na hora de acompanhar o anime e realmente entender direitinho o que está acontecendo, devido ao fato de haver muitas referências à história japonesa (coisa que não estudamos por aqui). Apesar disso, quem curtir animes com temática histórica, de fantasia, preenchido com muita ação e aventura e uma pitadinha de comédia, pode ser que valha a pena dar uma conferida.
Por fim, gostaríamos de destacar o tema de encerramento (confira clicando aqui) de Drifters: “Vermillion” de Maon Kurosaki.
A arte da linguagem e o seu poder de transformar tudo em um aparato discursivo.
O primeiro episódio de Fune no Amu começa com a apresentação de um dilema: eles precisam encontrar um substituto para continuar escrevendo um dicionário. A partir desse dilema, somos apresentados aos personagens de forma bastante orgânica, principalmente ao protagonista da série, Mitsuya Majime, que demonstra não ter nenhum talento para trabalhos práticos, como vendas, e uma sensibilidade muito grande para entender as palavras e os seus significados. Por isso, ele irá trabalhar nesse dicionário chamando “A Grande Passagem”.
Fune wo Amu é uma grande homenagem à língua. A língua é apresentada como um grande oceano de palavras e significados. Para alguém comum, a língua é apenas aquele uso cotidiano, linear e objetivo das palavras, mas nesse anime, a língua é representada como viva e vasta como um oceano, como a água desse oceano que pode se transformar em qualquer coisa. A arte da linguagem é o poder de transformar tudo no aparato discursivo. Esse é o trabalho de quem se compromete a escrever um dicionário: reconhecer a imensidão, denotividade e inapreensividade da língua, e criar, a partir disso, um navio para que possamos navegar nessa imensidão. O anime demonstra um respeito e uma consciência sobre a língua que eu (Gab) vi em poucas obras antes. Principalmente o protagonista, que o tempo todo está pensando nos múltiplos sentidos que uma palavra pode ter, inclusive se ela for uma metáfora cotidiana como “ler a atmosfera”.
Além disso, a cinematografia e a animação são excelentes. A coloração cinza, porém levemente etérea combina com a sensibilidade da história. E o uso da câmera como forma de se aproximar ou distanciar dos personagens nos ajuda bastante a entendê-los. Vale ressaltar que o character design da série foi feito por Haruka Kumota, mangaká de Shouwa Rakugo.
Cinismo genial (a la Wataru Watari mesmo).Gi(a)rlish Number foi uma grata surpresa. Depois de Shirobako, animes sobre a indústria de animação e entretenimento japonesa muitas vezes ficam a sombra desse grande trabalho da P.A. Works. Entretanto, GN demonstrou um grande potencial nesse primeiro episódio por trazer uma visão irônica sobre a indústria do anime e a profissão de dublador.Nesse episódio de estreia, já vimos uma crítica sobre a produção de animes baseados em light novels, que buscam um público certo com um trabalho medíocre. Também vimos uma crítica a própria profissão de dublador, perpassando pelos temas do trabalho do dublador como ator ou a indústria das idols como forma de vender produtos. Tudo isso em um tom muito irônico e divertido. O mais interessante foi a representação daquele universo como superficial, fazendo com que a estética moe seja justificada. Afinal, tudo é escolhido para vender e fazer sucesso.
O destaque fica para a protagonista, que é um tanto cínica, egocêntrica e tão fútil quanto qualquer outro. Afinal, o que vale é o sucesso. O melhor de tudo é que ela tem consciência disso e assume que é dessa forma. Minha (Gab) única crítica é sobre a forma como o episódio foi estruturado. Por tentar apresentar vários plots e personagens nesse começo, a composição ficou um pouco comprometida, mas não o suficiente para prejudicar quem assiste. Sore ga Seiyuu que se cuide, temos um novo anime com potencial incrível para falar sobre dubladores e idols!
Em termos técnicos não temos do que reclamar, pois o estúdio Diomedea parece estar dando conta do recado. É legal apontar, no entanto, que a equipe escolheu um elenco de dubladores relativamente novo, o que combina com a proposta do anime. Com exceção dos personagens masculinos que foram dublados por veteranos (Nakai Kazuya, Horiuchi Kenyuu. Eguchi Takuya) e da particpação de Ishikawa Yui (destaque recente dos últimos anos como Mikasa Ackerman), o resto do elenco é todo nascido nos 90 e não possui uma lista de papéis extensa.
Por fim, ainda vale comentar que o criador de Gi(a)rlish Number é o mesmo de Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru: Watari Wataru. Isso fica muito claro com as doses de cinismo e ironia acrescentadas ao longo da trama.
Quem será o representante de Miyagi no Torneio Nacional de Vôlei Masculino?
Os times de vôlei da Karasuno e da Shiratorizawa estavam destinados a se enfrentar desde o início pelo fato de ambos fazerem parte do distrito de Miyagi, no entanto, esse jogo histórico entre corvos e águias precisava de um palco digno para acontecer: o Torneio Nacional. O primeiro episódio da terceira temporada de Haikyuu!! teve como propósito preparar esse palco, nos apresentando aos times, introduzindo os jogadores individualmente, mostrando as torcidas e tudo mais. Apertem os cintos porque a ride vai ser muito louca (e sofrida também).
Leitura recomendada: Recomendação | Haikyuu!!: o anime de vôlei que vai te tirar o fôlego
Os destaques vão para os temas de abertura e encerramento: “Hikari Are” (ヒカリアレ) de BURNOUT SYNDROMES e “Mashi Mashi” (マシ・マシ) de NICO Touches the Walls, respectivamente (clique aqui e aqui para conferi-los).
A tão aguardada continuação de Hibike! Euphonium já chegou surpreendendo os desavisados com um primeiro episódio de 47 minutos, o dobro do que o normal, que tratou de estabelecer os objetivos e conflitos da obra.A segunda temporada se inicia com o resultado da competição disputada anteriormente pela banda do Colégio Municipal de Kitauji, consagrando a escola de Kumiko e Reina como campeã da região de Kyoto, também escolhida para representá-la no concurso de Kansai. Logo depois, o episódio começa a traçar os objetivos (melhorar como grupo, competir a nível nacional) e conflitos (o drama envolvendo o pessoal do segundo ano, o desconhecimento da protagonista e suas amigas quanto ao acontecido) que serão desenvolvidos ao longo dos próximos episódios. A única coisa que ainda não ficou muito clara é que tipo de papel Kumiko e Reina desempenharão nessa temporada, assim como o verdadeiro significado da relação entre elas (convenhamos, aquela cena em que elas assistem aos fogos de artifício com os dedos entrelaçados definitivamente não é algo que amigas fazem; tudo ali gritava “romance”). É muito nítido que a Kumiko só tem interesse na Reina e, embora a Reina tenha nos jogado um balde de água fria dizendo que chegava mais cedo só para falar com o Taki, ainda podemos esperar que elas possuam um desenvolvimento além do “yuribaiting”, considerando que um relacionamento entre a Reina e o Taki é impossível.
Em termos técnicos, por ter o dobro da duração de um episódio comum, a animação da KyoAni não manteve o mesmo padrão de qualidade visto nos episódios anteriores da série, mas ainda pode ser considerada acima da média. É provável que os deslizes cometidos nesse episódio não voltem a acontecer nos seguintes. De resto, não há reclamações a serem feitas.
A estreia também introduziu novos personagens à história, acrescentando mais dubladores ao elenco: Nakamura Yuuchi (Kyouhei de Durarara!!, Gray de Fairy Tail) como Hashimoto Masahiro, um amigo de Taki desde os tempos de faculdade; Kuwashima Houko (Sango de InuYasha, Chitose de Kobato) como Niiyama Satomi, também amiga de Taki e Masahiro; Tanezaki Atsumi (Nozomi de DAYS, Tome de Mob Psycho 100) como Yoroizuka Mizore, uma secundarista da escola de Kumiko e Reina, e Touyama Nao (Lelei de GATE, Chitoge de Nisekoi) como Kasaki Nozomi, outra secundarista.
Por fim, gostaríamos de destacar o encerramento que ilustra perfeitamente aquilo que Hibike! Euphonium trata sobre: um grupo de meninas que vive pela música (clique aqui e confira).
Caímos na armadilha de esperar algo decente dessa adaptação por ser do mesmo criador de Steins;Gate, mas nada descreveria melhor a nossa reação assistindo esse anime do que o gif abaixo.
Comédia sem graça, fanservice exagerado, personagens sem carisma… Não tem absolutamente nada que preste. Um desperdício de dubladores (sinto muito, Miyuki Sawashiro, você estar no elenco não será o suficiente para nos convencer a assistir um anime dessa vez).
Animação bem feita, atenção aos detalhes (eles se esforçaram a ponto de escrever frases em alemão que realmente fazem sentido em um jornal, ao contrário de colocar palavras aleatórias em outra língua como é comum vermos por aí, o qual apareceu na tela por um mísero segundo), trilha sonora maravilhosa e um ritmo impactante, pois fomos logo jogados no meio da guerra.
Shuumatsu no Izetta definitivamente tem potencial para ser um dos melhores animes da temporada, ainda que não saibamos se o estúdio conseguirá manter o padrão de qualidade do primeiro episódio. A única coisa que realmente nos preocupa é o fato de Yoshino Hiroyuki ser o responsável pela composição da série. Digamos que ele tem um histórico meio… polêmico (Guilty Crown, Heavy Object, Seikon no Qwaser). Embora nem tudo que ele tenha produzido seja uma porcaria (a exemplo de Macross Frontier), muita gente não gosta da escrita dele. Vamos torcer para que com Shuumatsu no Izetta ele acerte.
Quanto à história, temos uma princesa chamada Fine lutando para salvar sua pequena nação – a qual possui um povo muito leal – das garras do imperialismo de Germania. Fine possui algum tipo de relação com Izetta, a bruxa, mas ainda não sabemos exatamente como ela é. Além de parabenizar o trabalho da equipe pelo primeiro episódio, também gostaríamos de destacar a atuação de Hayami Saori como Fine.
Leitura recomendada: The Fall 2016 Anime Preview Guide – Izetta: The Last Witch
Feels, so many feels, e uma pitada de fantasia.
Tawara Souta é um webdesigner de 30 anos que trabalha em Tóquio e decide retornar à sua cidade natal depois que seu pai faleceu. A família de Souta tinha um restaurante de Udon que era popular na região e todos esperavam que ele fosse dar continuidade ao negócio familiar, entretanto, Souta resolveu que esse não era um trabalho fácil e nem era para ele. Ao chegar em Kagawa, sua cidade natal, Souta reencontra velhos conhecidos e descobre que há uma criança perdida morando em sua antiga casa.
Udon no Kuni no Kiniro Kemari definitivamente passa umas Usagi Drop vibes, porém com o fator “fantasia” acrescentado. Na direção temos Ibata Yoshihide, o qual não possui muita experiência nessa função, tendo dirigido apenas três outras obras: Ashiaraiyashiki no Juunin-tachi., Hennako-chan e Shingeki! Kyojin Chuugakkou; enquanto na composição da série a responsável é Takahashi Natsuko (Gankutsuou, Tokyo Magnitude 8.0). Considerando toda a equipe por trás da adaptação, podemos esperar que o anime seja pelo menos algo gostoso de acompanhar. Estejam preparados para momentos healing, outros de sofrimento, e também para dar umas boas risadas.
O destaque vai para o tema de abertura de Udon no Kuni no Kiniro Kemari, “S.O.S” de WEAVER (que pode ser conferido clicando aqui).
Uma história sobre patinação no gelo com caras bonitos e algumas pitadas de comédia e drama.
Verdade seja dita, ninguém daqui manja bulhufas sobre patinação no gelo, portanto não esperem que tenhamos opiniões relevantes sobre as técnicas utilizadas ou a forma com a qual a obra decidiu trabalhar o esporte. Tendo esclarecido isso, vamos em frente.
O primeiro episódio de Yuri!!! on Ice nos apresenta aos quatro personagens principais: o protagonista Katsuki Yuuri, um patinador de 23 anos que passa por um momento crucial em sua carreira após ter acabado em último lugar na competição mais importante já disputada por ele até então, e que agora precisa reencontrar o seu amor pela patinação do gelo para obter sua motivação de volta; Viktor Nikiforov, uma lenda da patinação no gelo aos 27 anos e também ídolo e inspiração do protagonista; Nishigori Takeshi, um amigo de infância de Yuuri; e Plisetsky Yuri, um prodígio da patinação do gelo que aos 15 anos já é reconhecido mundialmente por ter vencido três campeonatos mundiais consecutivos em sua categoria.
Nesses primeiros 23 minutos, a obra trata de nos situar quanto às decisões que Yuuri precisa tomar, as quais refletirão diretamente no seu futuro como patinador. O mais provável é que estejamos perante o início de uma história de superação por parte do protagonista.
Em termos técnicos, o estúdio MAPPA procurou manter o padrão de qualidade que vimos nos trailers do anime e não parece ter fugido muito disso, embora tenha rolado algumas reciclagens de cenas. Tirando isso, a abertura particularmente se destaca por ter uma animação diferente da que estamos acostumados a ver. Agora apenas nos resta aguardar para descobrirmos qual será o caminho que Yuuri irá tomar.














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