Apesar de todas as desgraças que estamos enfrentando esse ano, pelo menos em questão de anime podemos afirmar que 2019 tem sido excelente. Todas as temporadas até aqui trouxeram obras de qualidade, inclusive marcando o retorno de grandes nomes da indústria como Watanabe Shinichirou e Ikuhara Kunihiko. Além disso, fomos mais uma vez lembrados da força da Shounen Jump, cujos títulos em 2019 continuam a render adaptações de sucesso.
Nesta postagem falaremos nossas impressões finais sobre alguns títulos que começaram na temporada passada e outros que iniciaram e concluíram seu ciclo nessa temporada de verão. São eles: Araburu Kisetsu no Otome-domo yo., Carole & Tuesday, Fruits Basket (2019), Given, Kanata no Astra, Kimetsu no Yaiba e Mix.
Araburu Kisetsu no Otome-domo yo. [Mari]
Escolher um ponto de partida para falar de Araburu Kisetsu no Otome-domo yo. é um pouco difícil já que muitas coisas aconteceram no decorrer de seus 12 episódios, mas vamos começar com “Mari Okada ataca novamente“. Autora do mangá de mesmo nome e roteirista principal do anime, Mari Okada é conhecida na indústria pela maneira que aborda temas recorrentes da adolescência, sempre com muito drama e uma pitada de humor e, bem, tratando-se de algo tão complexo quanto a descoberta da nossa sexualidade, não tinha como ser diferente. Araburu Kisetsu no Otome-domo yo. é uma grande aula sobre como discutir a questão da sexualidade na adolescência. É claro que alguns pontos são exagerados e às vezes os personagens entram em conflitos que poderiam ser facilmente evitados, mas o que importa é que eles exercem uma função na narrativa. Os problemas e dificuldades de cada personagem de Araburu Kisetsu no Otome-domo yo. são representações do período confuso e turbulento que é a adolescência.
• Kazusa e Izumi cresceram juntos e precisam aprender a lidar com as mudanças que acompanham o seu amadurecimento, desde o despertar sexual até as alterações corporais e mesmo a natureza de sua relação, que perde sua “inocência” a partir de um certo momento.
• Sonezaki é obrigada a se desprender das noções e julgamentos que havia formado antes que pudesse de fato ter “conhecimento de causa”, e a relação que ela constrói com Juujou é particularmente interessante nesse sentido (enquanto todos julgavam a menina por ter engravidado no colegial, Sonezaki admira sua decisão de levar a gravidez para frente e de já estar considerando um futuro com sua filha, uma atitude totalmente contrária a que Sonezaki teria apresentado no começo do anime).
• Sugawara é um exemplo perfeito da adolescente que se acha madura e superior aos outros, mas a própria obra faz questão de desconstruir isso com o desenrolar da história (apesar de eu gostar da personagem, tentar compreender suas ações talvez tenha sido a parte mais frustrante de Araburu).
• Hongou ilustra o caso típico da colegial que se apaixona por um adulto. Tirando o velho pedófilo que nem faço questão de lembrar o nome, a relação de Hongou com o professor é a mais problemática da obra. Embora eles não tenham realmente feito nada, como o adulto da relação o professor tinha a obrigação de rejeitá-la quantas vezes fossem necessárias para ela entender que aquilo não iria rolar, porém ele continuava a dar corda aos seus desejos. As coisas poderiam ter acabado muito mal para ambos, mas fico feliz que no fim das contas Hongou tenha o superado e que ele tenha ficado com a colega de trabalho que ele realmente gostava.
• Finalmente, a Momoko é a minha personagem preferida das cinco e acredito que o motivo seja óbvio: desde o começo fica claro que ela não é heterossexual, porém passa por um longo período de questionamentos. É uma pena que de todas elas a Momoko foi a personagem que menos recebeu tempo de tela, pois eu gostaria que a Mari Okada tivesse trabalhado um pouco melhor essa coisa de estar apaixonada por outra garota ao mesmo tempo em que se lida com as pressões sociais de uma heterossexualidade compulsória. O final também ficou meio aberto – não sei se a Sugawara resolveu dar uma chance para a Momoko ou se elas simplesmente voltaram a ser amigas como se nada tivesse acontecido, mas eu gostaria de pensar que a Sugawara desencanou do Izumi e está disposta a experimentar algo novo.
Para além dos dramas adolescentes, Araburu Kisetsu no Otome-domo yo. discute questões mais gerais como imagem corporal e problemas que as mulheres enfrentam só por serem mulheres, tipo aquele cara chato que ficava perseguindo a Momoko mesmo depois de ela ter demonstrado que não queria nada com ele. Apesar de eu não concordar com todas as escolhas narrativas de Okada, essa é definitivamente uma obra que eu recomendaria para qualquer um que deseje debater sexualidade e adolescência (afinal, ao contrário do que a recente onda de puritanismo tem pregado nos meios de discussão otaku, adolescentes possuem hormônios e transam!).
8.5/10
Carole & Tuesday [Mari]
É impressionante a capacidade que o Watanabe Shinichiro tem de nos surpreender mesmo quando já sabemos o que vem pela frente. Arrisco a dizer que ninguém consegue combinar temáticas tão diferentes com o papel da música como ele. Como eu disse em minhas primeiras impressões do anime, Carole & Tuesday é um exemplo perfeito de obra que nós já sabemos como vai terminar, porém ainda assim ela nos prende de uma maneira com o seu desenvolvimento que ao final de cada episódio a gente só quer mais e mais. Sem sombra de dúvidas, temos aqui um candidato a anime do ano.
Apesar de se passar em um futuro distante, Carole & Tuesday trabalha com vários elementos atuais para desenvolver o seu enredo. Assim que a narrativa estabelece as relações principais do anime (o encontro de Carole e Tuesday somado à inserção de Gus e Roddy, essenciais para que possam correr atrás de seu sonho, e o contato com a rival Angela), inicia-se o primeiro grande arco: Mars Brightest. Inspirado em programas como o The Voice, por exemplo, o arco explora a ideia de jovens talentos que apenas precisam de uma oportunidade para estourar no mundo da música. Vários personagens são introduzidos, com designs e personalidades únicas, e apesar de previsível, o desenrolar do show é bastante divertido, com pitadas de humor e drama. Esse arco serve para testar a determinação das nossas protagonistas, destacando a necessidade que elas têm de se imporem, e Watanabe também aproveita para abordar problemas que surgem com a fama, como por exemplo a existência de stalkers. Não posso deixar de parabenizar toda a equipe envolvida com a produção, desde os animadores aos artistas selecionados para interpretar a voz de cada personagem, pelo excelente trabalho que fizeram com Carole & Tuesday.
Uma vez encerrado o arco do Mars Brightest, Carole e Tuesday dão outro passo em direção ao seu sonho e começam a realizar pequenos shows ao mesmo tempo em que saem à procura de um produtor para o seu futuro álbum. Praticamente todos os episódios contam com uma insert song que define o clima da história naquele momento, o que é muito bacana de acompanhar. Carole e Tuesday vão estabelecendo laços com os mais diversos artistas, criando um espaço para si mesmas nessa indústria tão competitiva. Watanabe utiliza esses encontros para mostrar que todo mundo tem um motivo para cantar, que a arte é a afirmação de alguma coisa (pode ser de uma identidade, de um posicionamento político, de sentimentos etc). Mais uma vez, o paralelo que ele faz com o mundo real é excelente: Watanabe mostra como a música pode ser uma forma de resistência contra uma sociedade opressora. Isso fica muito claro com a política de imigração que Valerie, mãe de Tuesday e candidata à presidente, quer estabelecer. É uma crítica dura que Watanabe faz a governos como o de Trump, por exemplo, que colocam os refugiados como a única causa de problemas sociais, gerando apenas mais ódio e repressão – até mesmo a questão da violência policial contra pessoas negras é abordada brevemente com os personagens Skip e Ezekiel, assim como a censura de conteúdos que questionem o status quo.
Além do uso brilhante da música como recurso, Watanabe também dá uma aula de representatividade. Carole & Tuesday possui um elenco extremamente diverso: há personagens negros em todos os ambientes, um casal lésbico cujo beijo é mostrado on-screen e tratado com a maior naturalidade do mundo, um personagem não-binário de grande influência musical, entre outros. A maneira com que Watanabe lida com isso é um enorme tapa na cara de todo mundo que fala que “representatividade não importa” ou que os autores só querem “lacrar” e afins. Sinceramente eu nem consigo me lembrar de cabeça de outra obra que tenha trabalhado tão bem com essa temática.
Finalmente, a obra é encerrada com uma performance que une todos os elementos estabelecidos pela narrativa até então: as relações de Carole e Tuesday com o resto dos personagens, o sonho de ganhar uma projeção de sucesso, a necessidade de passar uma mensagem com a música e a sua preocupação com o futuro do planeta. Creio eu que essa performance tenha sido uma alusão ao projeto “We Are The World”, que tinha a mesma proposta de unir o maior número de artistas possível para lutar por uma causa comum. No entanto, a sonoridade de “Mother” me lembrou bastante da música “Where Is The Love?” do Black Eyed Peas, especialmente devido ao refrão e à própria mensagem contida na letra. Eu não consigo imaginar uma forma melhor de terminar a maravilhosa obra de arte que é Carole & Tuesday. O primeiro cour do anime já está disponível na Netflix e a segunda parte será lançada no dia 24 de dezembro. Se a proposta tiver te interessado, pare tudo que estiver fazendo e vá assistir agora mesmo!
9.0/10
Fruits Basket (2019) [Ana]
Logo de início eu gostei da atmosfera de Fruits Basket, mas devo dizer que o anime acabou excedendo as minhas expectativas iniciais.
Ao longo dos episódios foram introduzidos diversos membros da família Souma que também possuem espíritos do zodíaco como citei nas minhas primeiras impressões. Cada um deles lida com essa espécie de maldição e outras características de suas personalidades de maneira distinta. Além deles, duas outras pessoas importantes na obra são as colegas de classe de Tooru, Uotani e Hanajima que também não têm personalidades muito convencionais, sendo uma membro de uma gangue de garotas e a outra com poderes sobrenaturais. O passado dos personagens é bastante explorado e muitas vezes mostra o quanto eventos adversos como rejeição, abandono familiar, bullying etc são capazes de moldar sua personalidade e seus relacionamentos com as outras pessoas e com o mundo.
Assim, Fruits Basket trabalha bastante não apenas com as consequências do passado mas também com a aceitação. Tooru é uma grande mediadora das situações, apesar de ter perdido a sua mãe, sempre lembra dela com felicidade e sempre tenta ver a vida de maneira positiva, da mesma forma também sempre acolhe os outros e tenta lhes mostrar que não importa se você é diferente dos demais, que não importa o quão difícil tenha sido seu passado, você ainda merece ser feliz, ter amigos, ser amado etc.
Ainda, apesar de ser um shoujo, o desenvolvimento individual e os relacionamentos de amizade são mais explorados do que possíveis envolvimentos românticos. Embora haja algumas interações nesse sentido entre Tooru e Yuki e Tooru e Kyou, elas não são o foco do anime, passando longe de possíveis situações problemáticas que eu temia.
Em suma, eu gostei bastante da adaptação, da animação em si, dos conflitos apresentados, de como diversos personagens foram bem trabalhados ao longo desses 24 episódios, ainda que um ou outro não tenha sido tão carismático e conquistado meu coração, a maioria deles tem um lugarzinho lá. O anime deixa uma sensação boa ao se assistir, e uma boa notícia também é que uma segunda temporada já foi confirmada para o ano que vem. 🙂
8.5/10
Given [Ana]
Depois de ter os meus sentimentos destruídos e reconstruídos durante esses 11 episódios posso dizer que estou muito feliz por ter existido uma adaptação como essa. Eu que não sou uma fã assídua do gênero, mas apenas uma pessoa em busca de uma boa adaptação, fiquei bastante satisfeita.
A relação entre Mafuyu e Uenoyama vai sendo construída naturalmente, fortalecendo uma amizade, passando a compor juntos e Mafuyu se torna membro da banda, pois mesmo ainda inexperiente ele é capaz de cantar muito bem. A obra explora não apenas essa relação, mas também um pouco dos outros membros da banda, Haruki e Akihiko (inclusive, que homem! Alskslsjsks).
Ao longo dos episódios conseguimos conhecer mais dos personagens e inclusive que Mafuyu tem um passado um tanto trágico envolvendo seu ex-namorado. As marcas que esse passado lhe deixou explica muito de suas atuais atitudes. Da mesma forma, Uenoyama era uma pessoa entediada antes de conhecer Mafuyu. Assim, é muito legal ver o quanto um conseguiu levar a uma mudança positiva no outro. O ponto alto do anime é a cena da apresentação da banda em que Mafuyu canta e é mostrado flashbacks do seu passado, chega a ser de arrepiar… E a cena é perfeitamente finalizada com o Uenoyama lhe dando um beijo que só é devidamente processado posteriormente (o único defeito da cena é o uso meio estranho do CG que na verdade é bastante comum em apresentações assim com animes de baixo orçamento, mas estamos na torcida para que o show seja melhorado no BD).
Assim, Given nos traz um romance muito bem construído independente do gênero dos personagens. Ambientado em meio a música e drama, fugindo de estereótipos nocivos que acompanham o gênero, foi realmente gratificante ter acompanhado essa adaptação.
9.0/10
Kanata no Astra [Mari]
Seguir o desenrolar das aventuras de Kanata no Astra foi uma experiência no mínimo inusitada, pois num momento o autor parecia optar por uma resolução de conflito previsível e logo depois jogava um plot twist na nossa cara. Eu não vou me prender às especificidades do enredo, que já renderam muita discussão nos fóruns por aí (o pessoal é meio obcecado com realismo e tal), porque para mim não faz muito sentido. Estamos partindo da premissa de que nove adolescentes numa nave espacial aleatória vão conseguir sobreviver a uma viagem interplanetária e voltar pra casa sendo que não houve nenhum treinamento prévio pra isso. Se isso já não desmonta qualquer expectativa de “realismo”, eu sinceramente não sei mais o que dizer.
Kanata no Astra traz várias discussões à mesa: o papel da ciência na sociedade que com suas inovações tecnológicas e desenvolvimento da medicina tem um potencial infinito, a natureza conflitiva do ser humano que dada a oportunidade ele fará guerra para conquistar seus desejos egoístas, e a importância de laços familiares que não necessariamente significam laços sanguíneos. Eu fiquei com a impressão de que Kanata no Astra é uma obra bem japonesa no sentido de que sua mensagem é nitidamente coletivista (a humanidade se reuniu para construir um futuro melhor; os adolescentes se reuniram para sobreviver à viagem; enfim, a união faz a força), o que é uma característica não só do Japão, mas de culturas asiáticas de uma maneira geral. É interessante ver como essa visão de mundo se diferencia da nossa, que como ocidentais costuma ser bastante individualista. Kanata no Astra também ganha pontos extras por ter apresentado um personagem intersexual e tratado isso com naturalidade (é algo que discutimos pouco por aqui).
Acredito que valha a pena mencionar que a adaptação de Kanata no Astra contou com uma particularidade não muito comum: tanto o primeiro quanto o último episódio foram especiais de uma hora. Isso permitiu que a equipe tivesse mais tempo para executar os pontos-chave da trama e principalmente o final foi incrível. Eu tinha achado Kanata no Astra apenas OK, afinal estava dentro das minhas expectativas, mas o último episódio foi tão bem executado que me senti na obrigação de aumentar a nota depois de assisti-lo. Definitivamente não é uma obra inovadora, mas aquilo que sabe fazer, faz bem. Recomendaria pra quem curte umas aventuras espaciais. 🙂
8.0/10
Kimetsu no Yaiba [Mari]
Eu gostaria de começar dizendo que Kimetsu no Yaiba é uma obra merecedora de absolutamente todo o amor, carinho e elogios que tem recebido até aqui, contudo é preciso esclarecer que isso não significa que ela seja revolucionária. Eu sabia que com o sucesso do anime – sobretudo após o excelente episódio 19 – surgiriam pessoas e outros criadores de conteúdo indagando se Kimetsu no Yaiba é realmente tudo isso. Esse tipo de pergunta me irrita porque ela implica criação de expectativas, o que faz com que as pessoas já comecem a ler ou a assistir a obra com a ideia de “me surpreenda”. Sendo assim, respondo: Kimetsu no Yaiba é apenas mais um shounen clássico cujas temáticas já foram exploradas centenas de vezes; o que o torna tão especial é o fato de ser muito bem escrito e executado, além de o anime contar com a excelente animação do estúdio ufotable e uma trilha sonora de tirar o fôlego (não se esperava menos da grande Yuki Kajiura). De qualquer forma, se shounen clássico não é o que você curte, Kimetsu no Yaiba não é a obra que você procura.
Em minhas primeiras impressões eu disse que não sabia exatamente o que esperar de Kimetsu no Yaiba além de muita porrada, sangue e sofrimento… E eu estava certa, mas ainda assim fiquei positivamente surpresa com o desenrolar da trama. Na minha opinião, o Tanjirou é o melhor protagonista de shounen desde o Edward de Fullmetal Alchemist (com todo o respeito ao Deku de Boku no Hero Academia, que eu continuo amando): ele é fiel aos seus princípios, determinado a atingir o seu objetivo, não mede esforços para ajudar quem precisa, e acima de tudo é o tipo de pessoa que procura fazer o bem sem olhar a quem. Tanjirou é um dos poucos que consideram os demônios como detentores de emoções humanas, passando a enxergar além da monstruosidade que eles se tornaram (por escolha própria ou não). A discussão que se faz em torno disso é bastante interessante e há outros personagens que auxiliam a autora nesse sentido, como a Tamayo e o Yushiro. É contraditório que Tanjirou tenha virado um exterminador de demônios justamente para ajudar um demônio (sua irmã) e para curá-la ele precisará do apoio de outros demônios. Eu amo isso. Aliás, os personagens são a melhor parte da obra: não tem um único que seja ruim. Todos eles possuem características próprias, diferenciando-se bastante uns dos outros, mas ainda eles compartilham um objetivo comum: acabar com o Muzan. Muzan é a peça que conecta todos os personagens: desde Tanjirou e Nezuko a Tamayo e Yushiro aos 12 Kizuki e a Tropa de Extermínio. É incrível pensar no efeito que uma única pessoa pode ter em todos que em algum momento entram em contato com ele (direta ou indiretamente).
Em relação ao anime em si, além da animação e da trilha sonora, não podemos deixar de comentar sobre a atuação dos dubladores. Eu tinha mencionado que o Hanae Natsuki é meio que especialista em dublar personagens sofridos como o Tanjirou, mas todos os seiyuus de Kimetsu no Yaiba caíram como uma luva em seus respectivos papéis. No entanto, a meu ver, merecem destaque a Hayami Saori como Shinobu e o Sakurai Takahiro como Giyuu. A excelente atuação dos dois tornou a dinâmica entre os seus personagens ainda mais divertida. E tanto o Matsuoka Yoshitsugu como Inosuke e o Shimono Hiro como Zenitsu foram impecáveis. Fico feliz que já tenhamos uma continuação em filme confirmada pois mal posso esperar para continuar acompanhando as aventuras de Tanjirou e companhia.
10/10
Mix [Ana]
Eu não tenho exatamente muito o que dizer sobre Mix. Mesmo que tenha sido um anime legal de acompanhar, ele não traz algo muito excepcional dentro do gênero.
Embora seja um anime sobre beisebol, muitas vezes o esporte ficou mais em segundo plano e a adaptação focou mais em situações cotidianas e interações entre os personagens. A formação da família dos personagens principais é realmente um dos diferenciais do anime somado ao character design característico. Não sei se por não ter visto Touch um pouco da magia acabou sendo perdida, ou a dinâmica geral do anime que realmente não funciona muito comigo, já que eu espera uma jornada mais intensa rumo ao Koshien e na verdade o andar das coisas é bem mais lento.
Sobre a história em si, foi um alívio quando Touma finalmente assumiu a posição de arremessador do time, ainda assim foi bastante frustrante assistir a última partida exibida, pois mesmo se esforçando ao máximo, ninguém marcava nada e no fim o time deles ainda perdeu, ou seja, a jornada rumo ao Koshien deve começar do zero novamente.
Embora Mix não tenha sido um dos melhores do gênero, eu não diria que foi uma decepção total, pois pelo menos me diverti acompanhando-o durante os últimos meses. No entanto, eu poderia ter me divertido mais se o alívio cômico não dependesse tanto de fanservice tosco em cima das personagens femininas da obra.
Ótimo texto, pessoal!
Divido das mesmas opiniões sobre Mix e Given, e óbvio que não posso deixar de concordar sobre C&T: Watanabe sabe como contar (ou recontar), histórias clássicas na quais a gente já sabe como começa e termina, mas utilizando de um meio que vai por um caminho bem encaminhado em muitos momentos divertido para nos colocar dentro da jornada de duas garotas tão simpáticas. A representatividade e toda a diversidade presente no anime, em todos sentidos possíveis em que é abrangida – e não sou poucos -, tornam a mídia uma peça ilustre. Admito que em episódios isolados e em trechos específicos durante essa jornada eu não fiquei tão contente com a condução da narrativa, mas a 2ª parte veio a melhorar muito o ritmo do desenvolvimento (enxerguei algo semelhante com Fruits Basket, que é excelente por sinal), e o resultado final certamente foi muito satisfatório.
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Essa temporada foi complicada porque tinha muita coisa que eu queria ver, mas não vi quase nada. Só consegui acompanhar Araburu e continuar com Carole and Tuesday.
Araburu pra mim foi uma montanha russa, principalmente aquele último episódio. Eu assistia gostando, mas às vezes ficava “o que tá acontecendo aqui??” e “ALGUÉM PARE ESSES PERSONAGENS, POR FAVOR”. A quantidade de careta e exclamações audíveis que esse negócio arrancou de mim não tá no papel! Tenho pouca experiência com a dona Mari Okada, mas, do pouco que eu vi e da ideia que tenho de outras obras com envolvimento dela, imagino que essas baguncinhas, essas doidices que são até charmosas sejam bem características.
Dou o crédito porque, no fundo, é muito bom ficar agoniada assim assistindo/lendo alguma coisa. Aliás, uma coisa legal: eu super me importava com praticamente todos os personagens e gostava de todos em certa medida, é uma sensação tão boa!
Mari, tu falou exatamente o que tinha me deixado tão contusa com a personagem da Nina, mas cujo motivo eu não tinha entendido ainda. Me identifiquei demais: “apesar de eu gostar da personagem, tentar compreender suas ações talvez tenha sido a parte mais frustrante de Araburu”.
No caso de Carole and Tuesday, eu achei meio morno… Acho que eu tava com mais expectativa quando comecei a assistir e acabei desanimando um pouco naquele arco do concurso. No arco do concurso eu comecei a ficar meio incomodada com as músicas, na minha cabeça todos os artistas soavam meio parecidos (apesar de dar pra perceber as diferenças), depois de um tempo isso até melhorou pra mim. Além disso, não fiquei ansiosa em momento nenhum pra saber quem ia ganhar tal disputa ou não, eu tava esperando uma coisa mais uaaau. Mas num geral foi bem gostoso de assistir, muito bonitinho, aquecia o coração! Também curti o visual. Aliás, foi o primeiro trabalho de Watanabe Shinichiro que eu assisti, embora já tenha me prometido há um tempão que ia assistir um certo anime mais famoso dele…
Aliás, vou checar essa “Where is the love?” por causa da comparação.
Nem posso falar direito dos outros animes, já que não assisti. Mas sei que eu tive vontade ou fiquei de assistir todos da lista, uns mais que outros… No caso de Given, li o mangá, gostei muito e preciso assistir pra checar a adaptação! Essa época de Kimetsu no Yaiba foi uma tortura pra mim, fiquei só vendo todo mundo falando super bem, mas eu nem assisti… Tanto por estar meio ocupada quanto porque já tinha prometido a mim mesma que leria o mangá, então quis manter a meta de ler o mangá primeiro. Com Fruits Basket foi uma coisa parecida, eu me prometi que assistiria o primeiro anime e quis manter porque sei lá hahaha Ouço falar a tanto tempo, queria pagar essa promessa, e tem cara de que ia me fazer sentir super nostálgica por alguma razão, mesmo nunca tendo assistido. Também me interessei que só por Mix, mas deixei de lado por ser uma continuação de Touch, que eu não assisti. Aproveitando pra panfletar: de uns tempos pra cá, descobri a música de abertura de Touch de… MEU DEUS, AMEI MUITO, FICO DOIDA SÓ DE LEMBRAR! É “Touch”, cantada por Yoshimi Iwasaki.
Com Kanata no Astra… o interesse tinha sido mais ou menos, eu meio que tava esperando por uma opinião positiva ou negativa mesmo pra decidir se assistia, se lia o mangá… Inclusive, eu vejo a premissa e sempre lembro de They Were Eleven! Não parece ter nada em comum além do conceito “um bando de gente tendo que se virar no espaço”, mas vale o comentário. Enfim, foi bom ver vocês falando bem desses, já é uma motivação maior pra assistir!
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